terça-feira, 31 de julho de 2012

Um puxão de orelha

Socialite dos Pés Descalços, minha velha amiga carioca, moradora das Laranjeiras, batalhadora pelas mais justas causas sociais, feminista fundadora da Flu Mulher, me mandou um sms hoje cedinho:
- Ué, M.C.! Desistiu do blog?
O puxão de orelhas me tirou da ressaca dos últimos jogos e das Olimpíadas, pois era mesmo hora de voltar a essas mal traçadas.
Derrota para o Grêmio, empate com o Atlético Mineiro.
Resultados até normais, porque jogar no Olímpico nunca é fácil, enfrentar um líder embalado também nunca o é.
Que lições tirar dos dois jogos?
Em Porto Alegre, Abelão inventou, escalando três zagueiros - Gum, Anderson e Leandro Euzébio -, pra compensar a falta do Jean, do Bruno e do Carlinhos. E botou o seu garoto Fábio ao lado do Edinho na frente da zaga. Thiago Neves na ligação, Fred e Nem no ataque. Se a idéia era soltar o Wallace e o Carleto, não deu certo. Não se encaixava contra-ataque algum; ficou só o retrancão. Num cochilo bobo em bola parada, o Grêmio foi lá e fez o dever de casa.
Domingo passado, contra o Galo, Abelão inventou de novo, mas dessa vez deu certo: voltou aos dois zagueiros - Gum, em tarde de gala; Leandro Euzébio sem comprometer - e tascou o Digão de volante, com a função e marcar o Gaúcho (coisa não muito difícil de fazer, diga-se de passagem). O zagueirão mostrou disposição, alguma técnica e mobilidade; mostrou pinta mesmo de volante. Uma nova opcão pode ter nascido naquela tarde.
Mas, o melhor de tudo foi o jogo do Fred. Há muito tempo ele não fazia o que fez: saiu da posicão estática de pivô, abriu pela esquerda, movimentou-se muito, fez um cruzamento que o Nem cabeceou com precisão e que só não virou gol graças a um milagre do Vítor, que faria outro ainda em chute do próprio Fred.
Qual foi nosso maior problema: a lentidão do Deco, seus passes errados, e a má fase em que anda o Thiago Neves.
Mesmo assim, jogamos melhor e fomos garfados no fim, com um bandeirinha estúpido anulando belo gol do Fred.
Continuamos em terceiro, mas o topo da tabela está embolando.
Agora, é Coritiba domingo lá, depois São Paulo e Palmeiras no Rio. Dá pra garantir uns bons sete pontos.
Se o Deco não continuar dodói, se o Thiago Neves melhorar tecnicamente, e se o Fred e o Nem continuarem a se mexer como se mexeram contra o Galo.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Deco: cadenciando o jogo, ou se poupando?

Escrevo no calor da hora, com o fígado e não com a razão.
Deco bichou de novo; voltou pra enfermaria no Rio, com 'dores musculares'.
Domingo, contra a Ponte, ainda no primeiro tempo, ele queixou-se de dores e fez sinal pro banco. Parecia que ia sair, mas ficou.
Lento, queria ver as estatísticas do jogo, mas talvez tenha sido aquele em que ele mais errou passes.
Estou começando a achar que a lentidão do Fluminense na subida pro ataque não vem da 'cadência' que o Deco impõe ao meio do campo, mas da sua lentidão por conta das dores que sente. Ele não cadencia o jogo, começo a acreditar; ele joga com medo, se poupando.
É melhor o Abel começar a pensar em efetivar o Wagner, deixando o Deco no banco pras emergências.
Com tanto entra e sai, e digo isto com tristeza, o craque luso-português vai prejudicar todo o time. Nem ele consegue jogar tudo o que sabe, nem o Wagner ganha o ritmo de que precisa para ser o titular.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Danem-se o Coringa e os corneteiros

Renato Maurício Prado, aquele cronista esportivo flamenguista que tem um sorriso de Coringa, adora jogar areia no Fluzão, mas usa pra isso supostos torcedores nossos que, segundo o malsinado jornalista, fazem de tudo pra boicotar o Abel. A razão? Porque o nosso time - campeão da Taça Guanabara, campeão carioca, que fez uma mais que digna campanha na Libertadores, e que, invicto, está hoje em terceiro lugar no Brasileirão, só três pontos atrás do Atlético Mineiro - não joga bonito.

Não sei quem seriam esses corneteiros que querem se livrar do Abelão, mas, se existirem fora da imaginação do referido cronista, estou me lixando pra eles.

Temos um grande técnico que, acima de tudo, carrega, com perdão da rima torta, o Fluzão no coração.

O que não quer dizer que não precisamos melhorar ao longo do campeonato.

E melhorar, acredito, significa jogar com mais velocidade do meio para a frente, alternando o ritmo cadenciado do Deco com mais movimentação do Jean, dos laterais e sobretudo do Thiago Neves, que ainda não voltou à plena forma.

Na lateral direita, desconfio que o Bruno, contundido, quando se recuperar fisicamente não recuperará a posição do Wallace.

Em suma, além da fé nos deuses, temos que botar mais o pé na tábua.

Na semana que passou, o Bahia foi presa fácil, e a Ponte, como se esperava, um osso duro de roer. Tivemos contra ela sorte, mas sem sorte não se ganha campeonato.

O Personagem da Semana? Fred, é claro. Pouco me importa se seus três gols foram de pênalti. Bateu todos os três com imensa categoria. Em forma, e com saúde, é o melhor centroavante em atuação no futebol brasileiro, presença certa na seleção em 2014. 


Na semana que começa, duas paradas indigestas: Grêmio, em Porto Alegre; Atlético Mineiro, no Engenhão. Jean está fora contra o Grêmio, e isto preocupa. Pela lógica, entra o garoto Fábio, pois ficamos de novo sem o Valência, e o Diguinho ainda não está totalmente pronto pra jogar.

Vamos aguardar.

terça-feira, 17 de julho de 2012

A força do elenco e a teoria do Abel

O empate com o Botafogo foi um resultado justo e bom para nós. Bom porque, como reza o velho adágio: clássico é clássico. Empatar um clássico e, mesmo assim, ficar no alto da tabela de classificação, é sempre um bom resultado.

O jogo foi razoável. Jogamos bem o primeiro tempo, com segurança na defesa, apesar de uma falha infantil do Anderson que quase resultou em gol do Botafogo, ao que respondemos com uma cabeçada na trave, não lembro mais se do Fred ou do Samuel. Tivemos mais posse de bola, controlamos o jogo, mas faltou agressividade, penetração. Porque o Nem não estava bem fisicamente, Abel entrou com o Samuel, que é centroavante nato, sem cacoete de movimentação pelas laterais, sem drible longo, sem passe. Não entrávamos na área do Botafogo nem com reza braba. Mas fomos felizes no início do segundo tempo, do único jeito que seria possível marcar: na bola parada de Thiago Neves, um escanteio, Fred confirmou que gosta mesmo de fazer gol no Botafogo. A alegria durou pouco, porém. O Márcio Azevedo entortou o Bruno e fez um cruzamento perfeito para a cabeça do Andrezinho. Se o Nem tivesse entrado antes, o modesto lateral botafoguense talvez não tivesse feito a travessura que fez. Com o Nem em campo, ele é que foi entortado, ao ponto de levar cartão amarelo por três faltas seguidas no nosso garoto. Mas, com Nem ou sem Nem, o placar estava escrito. Com justiça para os dois lados.

Agora é o Bahia, no Engenhão, quinta; e a Ponte, em Campinas, domingo.

Abelão disse em entrevista que a fase que agora começa, de dois jogos por semana, tende a nos favorecer, graças ao equilíbrio e força do nosso elenco. Essa história de elenco forte vem nos acompanhando desde o início do ano, mas, exageros à parte, tem um certo fundo de verdade. Vamos torcer para que a teoria do Abel tenha ela também o seu fundo de verdade. E que consigamos segurar o Sóbis, sem ter que botar dinheiro demais nas mãos dos árabes.

Quanto a esses próximos seis pontos em disputa, dá pra levar todos, não obstante a boa fase da Ponte, que está com merecidos 15 pontos, não muito distante do alto da tabela. E vamos jogar em Campinas, o que torna as coisas mais difíceis, sempre.

E  o Personagem da Semana?

 Nesta semana, fiquei sem ele. Ou melhor, pra não ficar totalmente sem, vou inventar um Quase Personagem da Semana. Wagner fez domingo, a meu juízo, sua melhor partida desde que chegou. Aplicado taticamente, sem brilho, é verdade, mas jogando forte para o time.

Por último: assisti o Atlético virar contra o Figueirense, pra ganhar de 4 a 3. O time do Cuca não está aí pra brincadeira. Se o instável, mas muito bom treinador, mantiver a cabeça no lugar, o Atlético poderá ser o principal adversário a ser batido por quem pretender o título. Como nós pretendemos. E vamos ganhar.


quarta-feira, 11 de julho de 2012

Wellington Nem e Wellington Silva


Li esse texto ontem no G1.
Achei que devia compartilhá-lo com vocês, pois ele diz muito sobre o que a crise ou ganância financeira de clubes e empresários estão fazendo com muitos dos nossos jovens talentos.
Talvez só poucos de nós recordemos do Wellington Silva. Mal jogou no time de cima, antes de ir cumprir sua saga na Inglaterra.




"Um mede 1,69m. O outro, 1,67m. Ambos são atacantes com características semelhantes: rápidos e habilidosos. A timidez diante das câmeras também é parecida, assim como a desenvoltura para piadas e provocações longe delas. A origem no futebol é a mesma: os dois se conheceram em Xerém, nas categorias de base do Fluminense. A coincidência chega ao nome: Wellington. Muda apenas o sobrenome. Um é o Nem, atual atacante do Flu, o outro é o Silva, promessa que deixou o clube aos 18 anos rumo ao Arsenal-ING e hoje aguarda um empréstimo para um clube espanhol. Depois de quase dois anos sem se encontrar, os velhos amigos mataram a saudade e colocaram o papo em dia. Em pauta, além de recordar os momentos que passaram juntos e as histórias da adolescência, eles falaram sobre o futuro no futebol e as escolhas do passado.


Apesar de tantas semelhanças, as trajetórias dos Wellingtons no futebol profissional são bastante diferentes até o momento. Tratado como joia em Xerém, Silva recebeu sondagens do futebol europeu desde os 16 anos. Assim que alcançou a maioridade, transferiu-se para o Arsenal e logo foi emprestado ao Levante-ESP, no qual recebeu poucas chances. Na última temporada, defendeu o Alcoyano e participou da campanha que culminou no rebaixamento para a Terceira Divisão espanhola. Após as férias, voltou a Londres, onde fará pré-temporada com o Arsenal, com o qual tem contrato até 2016, mas novamente será cedido a um clube espanhol. A medida faz parte de um projeto para ele ganhar cidadania espanhola e não ocupar uma vaga de estrangeiro, além de ganhar experiência antes de ser utilizado pelos ingleses.

Já Nem, de 20 anos, optou por um caminho totalmente distinto. Após retornar de um empréstimo ao Figueirense como revelação do Campeonato Brasileiro de 2011, recebeu proposta concreta do CSKA Moscou, mas bateu o pé diante do presidente Peter Siemsen e disse que queria continuar no Fluminense. A decisão rendeu frutos, ele se tornou peça fundamental no time e recebeu a primeira convocação para a seleção brasileira profissional. Vendo a situação do amigo, Wellington Silva admite que seu destino poderia ter sido outro. E hoje, após viver diversas experiências, procurou aconselhar o tricolor.

- Eu não tive como dizer não. Era algo muito bom para mim, para a minha família e para o Fluminense. Há certos momentos em que penso que me afastei dos holofotes e que, se tivesse ficado, o destino poderia ter sido outro. Penso até que poderia ter ficado. Mas o futuro vai me reservar coisas boas. Ainda sou novo e tenho muito pela frente. O que eu digo é para ele aproveitar esse direito que ele tem de dizer não. Que ele saia quando for algo muito bom mesmo, que possa conversar com a família... Hoje todos estão de olho no futebol brasileiro - afirmou Wellington Silva, admitindo que voltaria ao Flu caso tivesse oportunidade. - Quem sabe no futuro? Seria maravilhoso. Só posso agradecer ao Fluminense.

Wellington Nem sabe que a tendência é o assédio aumentar a cada janela de transferências. Mas ele garante estar feliz no Fluminense e ainda não pensa no futebol europeu. Outro desejo está claro em sua cabeça: voltar a jogar ao lado do amigo.

- Esse aí sempre foi craque, desde pequeno. Chegou lá em Xerém cheio de moral. O cara era sinistro mesmo. E era muito bom jogar ao seu lado. Fiquei triste com a sua saída. Não penso em sair do Fluminense agora, mas quem sabe a gente não se reencontra no futuro?"

segunda-feira, 9 de julho de 2012

No Fla-Flu dos 100 Anos, uma vitória magra, mas histórica, não obstante

Foi uma semana de muita história recontada, de justas homenagens a ídolos do passado, de incontáveis e memoráveis frases de Nelson Rodrigues, de lembrança do seu esquecido irmão, Mário Filho, o grande jornalista que emprestou seu nome ao Maracanã e que criou a mística do Fla-Flu. Foi, enfim, uma semana de sentir muito orgulho de ser tricolor. Até porque, com justiça, ganhamos o histórico Fla-Flu dos 100 Anos.

1 a 0.

A vitória foi magra, reconhecemos. Mas, histórica. Já está gravada pra sempre na memória do futebol carioca e brasileiro.

Com ela, continuamos invictos e bem no alto da tabela do Brasileirão, atrás apenas do Atlético Mineiro.

Debaixo de muita chuva, jogamos pro gasto, depois do gol de centroavante do Fred, em cruzamento do Thiago Neves, aos 10, 11 minutos do primeiro tempo. A partir daí o Abel optou por dar a bola pro Flamengo e esperar que eles nos dessem os contra-ataques. Tática manjada, que não deu muito certo. Tivesse o Flamengo um time melhorzinho, e empataria.

Nossa defesa, Edinho incluído, jogou bem, embora eu continue desconfiando dos laterais, principalmente do Bruno. Jean foi discrite, ainda que quase tenha feito um gol. Deco, muito prejudicado pela chuva e campo pesado, pois não tem mais a mobilidade que o permitia passear pelos pesados campos dos invernos europeus no passado. Thiago Neves jogou até bem. Nem correu, deu trabalho à defesa do Flamengo, mas foi apressado nuns dois contra-ataques que poderiam ter resultado em gol.

Sobrou o Fred que continua forma de forma, lento, cauteloso, mas que é o Fred. O toquinho de classe no cruzamento do Thiago Neves comprova que, mesmo fora de forma, se não estiver mancando, deve jogar.

Já o Personagem da Semana não poderia ser outro. Aliás, da Semana, não. O Personagem do Antes do Nada e Depois do Tudo: Nelson Rodrigues. Nosso craque do jornalismo e da literatura dominou a semana do Fla-Flu dos 100 Anos. Foi mais citado, mais falado que qualquer um dos nossos grandes craques de hoje e de ontem.

Salve, Nelson Rodrigues, o mais imortal de todos os tricolores.




sábado, 7 de julho de 2012

Salve o Corinthians!

O cumprimento aí em cima tá meio atrasado, mas é sincero,
Tite, o Ruy Barbosa do futebol brasileiro, como dizia o Milton Neves, montou um time compacto, e ganhou com méritos a Libertadores.
Mais do que isso, não deixou nem o Boca e nem o Muricy ganharem, o que lhe valeu o troféu Fluzão Brasília 2012.
Claro que se a final tivesse sido contra o Flamengo ou o Nacional de Montevidéu, minha torcida teria sido outra e o troféu iria para além-fronteiras.
Meu apoio ao auto-proclamado bando de loucos foi só circunstancial.

Amanhã tem Fla-Flu. Hora de segurar a ansiedade e esperar com calma pela vitória que virá.

P.S.: duas frases maravilhosas, recentes, do Tite: que o Corinthians pratica um 'futebol sustentável' e que o jovem Romarinho é um "jogador terminal'. O homem é demais mesmo.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Nostalgia que aquece o coração

Me preparava pra dormir, ontem, depois de assistir mais um episódio da formidável série Mad Men, via AppleTV, e eis que toca o telefone. Ligação aquela hora só podia ser dela, da minha velha amiga, a Socialite dos Pés Descalços, filha, como sempre gosto de lembrar, da imortal personagem de Nelson Rodrigues, a Grã-Fina do Nariz de Cadáver.

Socialite estava eufórica.

- Você tinha que ter estado lá, M.C.; tinha que ter estado.

Referia-se ela à inauguração, nas Laranjeiras, do Museu do Fluminense, misto de sala de troféus e exposição multimídia. Socialite estava feliz e orgulhosa com o que vira; feliz e orgulhosa com a história heróica do nosso clube, de muitas conquistas esportivas, de times e atletas sensacionais, principalmente no futebol, nossa paixão em comum.

Inspirada pelo que tinha vista, Socialite me provocou a lembrar craques do meu tempo, que já vai longe, embora não tão longe quanto a lembrança do primeiro grande goleiro que tivemos: o aristocratico, e elástico, Marcos de Mendonça.

Puxei pela memória, e comecei pelo óbvio: Carlos José Castilho. Mas, lembrei do Castilho também pra enaltecer a memória de Veludo, nosso grande goleiro negro que, reserva de Castilho no Flu, de tão bom que era foi reserva dele também na seleção brasileira na Copa de 1954. E outros nomes começaram a pipocar no diálogo telefônico com a velha amiga: Píndaro, Pinheiro, Jair Santana, Clóvis, Altair, Jair Marinho, Edmilson e Denilson - dois centromédios sensacionais, que hoje chamaríamos de volantes, mas volantes clássicos, tão bons no passe quanto no desarme -, Robson, Jair Francisco, o grande Valdo - maior artilheiro da nossa história -, o incrível Escurinho que, se fazia poucos gols, era o mestre do que hoje chamam de 'assistência'. E, acima de todos, mas no mesmo plano de Castilho, seu principal parceiro em talento e amor ao Fluzão, Telê Santana.

E a memória clubística poderia continuar com o Didi, que foi nosso antes de ser do Botafogo; o Gerson, que foi do Botafogo, antes de ser nosso; o Rivelino, que precisou deixar o Corinthians para provar, nas Laranjeiras, que era um dos grandes craques brasileiros de todos os tempos; o Félix, continuador da tradição de Castilho, como o foi também o Paulo Vítor; Delei, Pintinho, Romerito, o Abelão, Washington, Assis, Lula, Tato, Gilson Nunes, Flávio, Mickey, o inesquecível Cafuringa, e por aí afora.

Feliz com tantas boas memórias, despedi-me da Socialite, não sem antes nos desejarmos felicidade no Fla-Flu de domingo. O Fla está desmontado, em crise profunda. Nós estamos em estado de graça desde o time de guerreiros que nos livrou do rebaixamento em 2009, desde o Brasileirão de 2010, do segundo turno do Brasileirão de 2011, e do Campeonato Carioca e da Libertadores de 2012.

Mas, todo cuidado com o urubu nunca é pouco.

- Boa noite, meu amigo, despediu-se a Socialite.

- Boa noite, respondi, pensando: ainda bem que nem eu, nem ela e nem o Abel dormimos de touca.

Domingo, no badalado Fla-Flu dos 100 anos do clássico maior do futebol brasileiro, mais do que nunca vamos precisar ser um time de guerreiros.






terça-feira, 3 de julho de 2012

A hora e a vez do Cavalieri?

Uma festa de São João sábado passado me deixou longe do PFC. Não podia ser deselegante com os convidados, embora a vontade fosse ficar ao pé da televisão, mesmo porque o pressentimento era bom.
A tarde tinha cheiro de vitória.

Felizmente, logo o primeiro tricolor chegou à festa, e chegou sorrindo, radiante:

- Pode ser por pouco tempo, mas 'sêmo' lider.

E foi me contando da bela vitória, que eu pressentira, sobre o Náutico: 2 a 0. Vitória com dois gols do garoto Samuel (quase o chamei de 'o Fred de Xerem', mas seria dar colher de chá demais para o nosso centroavante 'titular' está sempre de dodói). O primeiro gol com mais uma assistência do Deco, o incomparável maestro; o segundo, num rebote após chute de dentro da área do incansável Jean (o anti-Diguinho, que, felizmente, chegou este ano às Laranjeiras).

Mas, é claro que tinha que aparecer na festa um pernambucano, torcedor do Náutico, tentando melar a alegria da turma do Fluzão, alegando injustiça:

- Vocês tiveram é muita sorte; o Cavalieri foi o melhor em campo!

- Sorte???,  indagamos em coro ao pernambucano. Goleiro tá lá pra isso!!!

Achei na hora que o 'nauticano' (como é mesmo que se chama o torcedor do Náutico?) estava exagerando, mas ao ver os lances do Cavalieri ontem à noite, em repeteco, constatei que de fato nosso guardametas tinha fechado o gol. A propósito, a turma do Bem Amigos de ontem falou na frente do presidente do Botafogo que o Cavalieri é hoje o melhor goleiro do Brasil, com todo o respeito ao Jeferson. Isola, Luiz Alberto; isola Marco Antonio Rodrigues; isola Caio Ribeiro; vocês tão é querendo secar nosso goleiro.

Mas, se ele continuar assim, pode brigar por uma vaguinha pra 2016. Que pode, pode.

De resto, fora a euforia botafoguense por conta do Seedorf (parece que contrataram o Pelé remoçado uns 35 anos), é semana de Fla-Flu, ou melhor, de 100 anos de Fla-Flu.

Vamos ter muito assunto até domingo. Sob a inspiração dele, nosso incomparável Nelson Rodrigues, que, se vivo estivesse, teria feito do Cavalieri seu Personagem da Semana.


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Acertando e acelerando o passo?

Está certo que os dois últimos adversário não eram bem duas brastemps futebolísticas, mas goleadas sucessivas de 4 a 1 e um salto na tabela pra bem perto da liderança não podem nos deixar pessimistas. Até porque Fred, Thiago Neves, Sóbis e Rafael Moura continuam no estaleiro (o Diguinho está lá também, mas esse não me faz tanta falta). O 4 a 1 de ontem foi diferente do da semana passada. Jogamos mais acelerados, até porque largamos atrás. Mais acelerados e mais acertados. Jean e Deco estão cada vez mais afinados, e o Wagner não decepcionou tanto quanto em outras ocasiões. A defesa já não me mete mais medo. E os garotos da frente, Nem e Samuel, me enchem de esperança. Nem já é uma realidade; torço pra que ele fique até o final do ano pelo menos, pra não ter o destino de um Philipe Coutinho, como já salientei aqui: de futuro craque da Inter de Milão o jovem ex-vascaíno virou 'estrela' da segunda divisão espanhola. Quanto ao Samuel, livrou-se ontem de um peso; marcou seu primeiro gol como profissional. O garoto tem tudo para ser o primeiro reserva do Fred; é só o Abel continuar se valendo dos meninos de Xerem aos poucos, como tem feito, pra não queimá-los (como o Joel está tendo que fazer no Flamengo). E o Personagem da Semana? Claro que só poderia ser o Deco, com seu fôlego de garoto e técnica quase perfeita. Já pedi ao Sobrenatural de Almada, meu velho amigo, bom devoto de São Tiago, já tendo percorrido uma dezenas de vezes o Caminho de Compostela, que peça proteção divina especial para o nosso luso-brasileiro. Porque, com o Deco cheio de saúde, nosso Fluzão poderá ir longe. Cada vez mais rápido e jogando mais certinho. Sobrenatural, que sempre reza bastante pelo Fluzão, prometeu redobrar sua comunicação com o Divino, incluindo nela também boas intenções pelo Fred. Valeu, velho amigo! P.S.: A propósito dos meninos de Xerem, eles também foram campeões cariocas. Parabéns pra eles, e pra diretoria, que deu uma bela renovada nas instalações da nossa base.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Devagar, quase parando (2)

Se escrevi no último post que o Flu tinha jogado devagar, quase parando, contra o Inter, hoje devo fazer justiça e escrever que, com poucas exceções, é todo mundo no Brasileiro que anda jogando devagar, quase parando. Não lembro se em outros anos foi assim, tão sem graça (o pessoal do esporte da CBN diz que 2012 está devagar demais). Mas, razões há pra isso, devido ao calendário. O Brasileirão começa com os que estão na Libertadores poupando titulares, o que acontece também com quem avança na Copa do Brasil. Em seguida ocorre outro fenômeno: os que começam a sair da Libertadores, principalmente, mas também da Copa do Brasil, ficam de ressaca. Cabeça inchada, dor de cotovelo, perna moles, coisas do gênero. Misture-se tudo isso ao nível técnico geral medíocre da competição, e temos como resultado um monte de time meio que se arrastando em campo, freio de mão puxado. Claro que, se correta, essa análise explica, sem justificar, os desempenhos medíocres do nosso Fluzão. Aliás, a bem da verdade, só jogamos pra valer três partidas até agora, daquelas de encher os olhos: a vitória sobre o Boca em Buenos Aires, sobre o Vasco na final da Taça Guanabara e a primeira contra o Botafogo na final do Carioca. Ótimo que ganhamos dois títulos nesse tempo, mas pra quem sonha com o quarto Brasileirão da nossa história, há que se melhorar mais. E pra isso, o Deco e o Fred não podem mais ficar dodói. Deco gastou a bola conta a medíocre Portuguesa, na ilusória vitória de sábado por 4 a 1. Não sei se há outro jogador mais técnico que ele em ação no futebol brasileiro hoje. Ganso e Oscar deveriam tomar aulas particulares com ele. Mas, para quando devemos esperar a próxima contusão? Fred, se em forma, teria lugar na seleção da Copa. O chute que deu, de primeira, que resultou no gol de empate, marcado pelo Nem, foi técnica pura. Damião, Pato, etc., também ganhariam se tivessem aulas particulares de domínio, controle e toque de bola com o Fred Mas, para quando devemos esperar a próxima contusão? Dito isso, elejo o meu Personagem da Semana: Jean. Em meio à lerdeza quase total do time, Jean está jogando cada vez melhor. Só contra a Portuguesa ele apareceu mais na área (foi dele o passe para o Fred que resultou no gol do Nem) adversária, chutou em gol, criou opções de ataque, do que o Diguinho desde que chegou nas Laranjeiras. No São Paulo, ele era só quase lateral. Burrice pura. Jean é um belíssimo segundo volante, com toque e chegada de meia-atacante.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Devagar, quase parando

De uns dias pra cá, este blogueiro começou a jogar no ritmo do Fluzão contra o Internacional: devagar, quase parando! Mas, cá estou de volta. Que joguinho chato o de ontem. Desfalcado, o colorado gaúcho veio mesmo pra gastar o tempo e levar pra casa o empate. Mas, nós jogamos completos, ou, seria melhor dizer, (in)completos. Deco e Fred jogavam na ponta dos pés, se poupando, pra evitar o risco de novas contusões. O Nem bem que tentou; garoto, não parecia sentir a viagem de volta dos Estados Unidos com a seleção. Uma andorinha só, porém ... Digo uma só, porque o Wagner, ainda devendo muito, Jean e Edinho, mais Bruno e Carleto nada fizeram para transformar em verão o esforço do Nem. Confesso que senti falta da energia que o Carlinhos mostrou no empate com o Santos (nunca pensei que ia um dia associar energia com o Carlinhos), bem como da correria do Marcos Jr. (que o Wagner, o Lento, teve a coragem de criticar após o jogo). Até o Abel parecia sem pilha durante o modorrento jogo de ontem à tarde. Enfim. Tá tudo ainda muito no começo. Mas, se não ganharmos da Portuguesa sábado, e jogando bem, é hora de começarmos a ficar preocupados.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Flamengo se reforça para o Brasileirão

Custará caro, mas os 40 milhões de reais que o Ronaldinho Gaúcho, vulgo R10, está pedindo de indenização ao Flamengo poderá, a médio e longo prazos, significar um baita reforço pro time no Brasileirão. Dizem que o Joel já mandou até rezar missa pela saída do 'craque' da Gávea. Acendeu, dizem, dez velas na Igreja de São Judas Tadeu pra que o clube arranje logo a grana, e, de quebra, mais duas pra que a Patrícia desista do Adriano. Joelzão agora só quer saber de Atleta de Cristo, de preferência que tenha passado pelas santas mãos do Jorginho (mas, não do Dunga). Razão pela qual vetou também a volta do goleiro Bruno.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

De volta

Quis o destino, na forma de compromissos pessoais e profissionais, que eu estivesse longe no fatídico dia da derrota para o Boca. Estava em Nova Iorque onde, graças a uma dica do bom amigo, Sunil, nepalense, mas profundo conhecedor da Premier League inglesa (é torcedor do United), pude ver o jogo em um animado bar, na esquina da Rua 11 com Segunda Avenida. Animado não só pelos eventuais prazeres etílicos, mas pelas muitas tvs alinhadas na parede, acompanhando o longo balcão. Aliás, Sunil não apenas deu a dica, como foi solidariamente assistir o jogo comigo. Felizmente ele foi, porque no bar já estavam uns oito argentinos de longos cabelos e camisas do Boca. Por isso, fora o Sunil, eu tinha a simpatia apenas de um mexicano discreto, que estava lá por gostar de futebol e do Brasil, e, mais tarde, do Felipe, um corinthiano mais interessado no jogo do time dele com o Santos. Confesso que não foi fácil levar o gol naquela hora tendo um bando de argentinos gritando e pulando ao meu lado. Eram, porém, argentinos do bem; não tripudiaram e, quando eu ia embora, apesar do protesto do corinthiano que me queria fazer ficar lá quando soube que eu odeio o Muricy, um deles até me dirigiu palavras de simpatia. Enfim, neste post tardio, compartilho minha triste aventura futebolística novaiorquina, já de volta às lides blogueiras, sem ter tido tempo pra falar nada do jogo dos meninos com o Figueira, mas feliz o gol do Wagner. Agora, eles deslancha!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Justo desabafo

"Sem comentários... Muita raiva. Raquel"

Blietzkrieg!

Eles fizeram o dever de casa; foram pra cima, nós não fomos. Doeu no coração. Mas, o empate foi merecido. Fizemos um gol incidental de falta. Eles fizeram um gol suado de linha. Mereceram o empate e a classificação. Agora, nos resta o Brasileirão.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

A força de um elenco

Uma viagem profissional não me deixou ver hoje, ao vivo, a vitória dos nossos juniores, um pouco reforçados, sobre o time A- do Corinthians. Mas, acompanhei como pude pelo G1 e vibrei com a vitória e com o gol do coroa Leandro Euzébio, presente pra ele do menino Marcos Jr. Concordo que, assim como nosso time C ganhou do B do Corinthians, poderíamos ter perdido. Mas, que é fundamental largar no Brasileirão com vitória fora de casa, seja qual for a circunstância, isto é. E temos que continuar assim até julho, quando vamos carimbar os passaportes pra enfrentar a retranca ítalo-britânica do Chelsea no fim do ano.

Dito isso, quero falar do nosso elenco que, segundo a crônica especializada, é o mais forte do Brasil. Confesso que não gostava dessa história no começo do ano, principalmente porque desconfiava do miolo da defesa, do Cavalieri, inclusive, como tanto escrevi aqui. Acontece que, primeiro, a defesa melhorou, principalmente depois da volta do Gum, e, com ela, melhorou, e muito o Cavalieri, e, segundo, que outro miolo de defesa é muito melhor que o nosso: Rafal, Dracena e Durval? Prass, Dedé e Rodolfo? Cássio, Chicão e Leandro Castan?; só pra ficar com os times que sobrevivem na Libertadores.

Poucos nos demos conta, mas nesse último jogo com o Boca, só cinco, da vitória por 2 a 1 na fase de classificação, estiveram em campo: Cavalieri, Bruno, Anderson, Carlinhos e Thiago Neves. Se Leandro Euzébio foi sacado por opção técnica, Valência, Diguinho, Deco, Fred e Wellington Nem não jogaram por estarem machucados. Que outro time no Brasil pode hoje se dar ao luxo de, com tantas ausências, entrar com Gum, Edinho, Jean, Wagner, Rafael Moura e Rafael Sóbis? Concluo, com um exemplo que pode parecer aburdo: o que nos separa do Santos é só o Neymar, o que, reconheço, pode ser muita coisa. Mas, Henrique, Juan, o primeiro volante cujo nome até esqueci, o Arouca, Elano e Alan Kardec não são, na média, nem melhores, nem piores que os nossos titulares. O Fred até poderia desequilibrar um pouco a nosso favor, embora não com os problemas físicos, aparentemente crônicos, que tem. Mas, e o Ganso? Não me esqueci dele, não. Concordo que é um belo projeto de craque. Mas, o Deco, mesmo já veterano e com problemas fisicos, é hoje mais decisivo pra nós do que o Ganso pro Santos. E digo mais: o Ganso, por enquanto, é um projeto de Deco. Torço por ele; acho que vai chegar lá. Mas, por enquanto, sou muito mais o nosso craque luso-brasileiro.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Raquel um pouco cética, mas Betinho concorda ...


... que ficamos no lucro:

"Não sei, não, tô me sentindo um pouco mais pessimista... Mas vou tentar me contagiar pelo seu copo meio cheio....
Raqui"

"Concordo com você. Ficamos no lucro. Mas o que está me animando mesmo é ver o Jean jogando cada vez melhor. Por mim, Diguinho não volta mais pro time titular.
Um abraço
Betinho""

quinta-feira, 17 de maio de 2012

No lucro!

1 a 0 pro Boca.
Com um a menos, ficamos no lucro.
Não vou crucificar o Carlinhos, mas quem acompanha este blog sabe que ele não  está na lista dos 10 Mais do blogueiro. Carleto joga quarta-feira e, tal como o Jean, não sairá mais do time.
Herói do jogo: Diego Cavalieri. Bato na madeira, mas digo: parece que achamos nosso goleiro.
O Personagem do jogo: Abel Braga. Não desesperou com a expulsão do Carlinhos; não fez o que parecia óbvio: tirar o Wagner; esperou o intervalo, correndo riscos, e tomou a decisão mais correta: mandou o Sóbis para o sacrifício. Mais correta porque o Wagner, por mais que não estivesse jogando bem, precisa de ritmo, pois tão cedo o Deco não volta. Ficou e não comprometeu. E o Abel de novo mandou o menino Marcos Jr. pro jogo. O menino entra e não se intimida. Daqui a pouco, com toda a experiência que está ganhando, vai começar o jogar o fino.
P.S.: ontem à noite, me ligou, de Lages, o Sobrenatural de Almada. Disse que tinha sonhado com o Castilho. Nosso goleiro-herói de todos os tempos, no sonho do Sobrenatural, calçava as luvas e sorria placidamente. Sobrenatural confia demais no Cavalieri. Começo a achar que ele pode ter razão.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

São muitas emoções

Muitas emoções neste começo de ano até agora abençoado pelos deuses do futebol.
Taça Guanabara, Troféu José Penido (por que não celebrar?), Campeonato Carioca, melhor campanha da fase de classificação da Libertadores, vitória sobre o Inter nas oitavas do torneio centro-americano, vamos para as quartas com o espírito elevado, apesar da ausência certa do Fred e, provável, do Deco. Vamos de Rafael Moura e, se o Deco não puder mesmo jogar, de Wagner. Estou confiante no ex-cruzeirense; acho que chegou o momento dele deslanchar.
E o Personagem da Semana?
Thiago Neves jogou muito ontem de novo.
Mas, o Personagem ter que ser o Abel.
Porém, mais do que o Personagem desta semana, Abel Braga ja é o Personagem do Semestre, não importa o venha a acontecer nesses próximos dois meses.
Você é grande, Abelão. No físico hoje meio arredondado, do excelente zagueiro que um dia foi, e no coração tricolor que você faz sempre questão de destacar.

sábado, 12 de maio de 2012

Aflições da Socialite

Preparava esta manhã as tralhas usuais que levo pra chácara todo fim de semana, inclusive o decoder da tv por assinatura que me permite ver os jogos do Fluzão, quando o celular tocou e ouvi a voz da minha querida amiga Socialite dos Pés Descalços. Aflitíssima. Quase tão aflita quanto fica com as dificuldades que enfrenta pra manter suas obras sociais em comunidades carentes das Laranjeiras.

- Estamos perdidos, M.C. Perdidos! Sem o Fred não vai dar pra ganhar do Boca.

Tentei acalmar a minha amiga.

Você está exagerando, disse. Olha, às vezes até prefiro o Fred fora do que jogando, pois cada vez que ele pega a bola minha pressão sistólica sobe pelo menos um pontinho. E não tem Losartion que dê jeito.

E expliquei: o Fred é craque, uma baita referência pro time todo, é o capitão, mas tem coisa errada com ele. É contusão muscular demais pra um cara de 28 anos. Tô sempre achando que ele vai se machucar. Quem sabe o Rafael Moura, nosso Washington versão 2012, não vai dar mais estabilidade ao ataque? Sei que o He-Man, como o Washington, tem cintura dura, mal consegue matar uma bola direito, nunca ensinaram pra ele o que é uma tabelinha, mas o fato é que é goleador. E temos o Sóbis, o Nem, mais o Thiago (jogou um bolão de novo contra o Inter), o Deco, e, agora, esse outro menino de Xerem, o Marcos Jr.

Quando nos despedimos, Socialite estava um pouco mais calma. Chegou até a mudar de assunto. Militante da Rio+20, disse estar preocupada com o código florestal. Mais uma vez tentei sossegá-la.
Fica fria, garanti. A Dilma vai vetar.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Que Madureira, que nada, Rogério!

Rogério Thomaz escreveu:


" Partilho o sentimento (e a foto) de angústia dissipada pelo sabor do vinho argentino que sorvo para iniciar a espera pelos xeneizes...
E a angústia dissipada pelo futebol a la Madureira que jogamos por 30 longuíssimos minutos, que me lembrou o time acuado que foi eliminado pelo Libertad em 2011...
Celebremos! Cantemos!
E que venha o Botafogo nos entregar a faixa domingo!
E o Boca depois, pra fazer nossos guerreiros darem mais energia ainda!"

E eu respondo, compartilhando o brinde, só que, no meu copo, um Malbec Finca La Linda:
que Madureira, que nada, Rogério.
O Inter foi pro abafa e tivemos que nos defender, o que fizemos bem.
Esse Flu de hoje nada tem a ver com o do ano passado, que perdeu para o Libertad. Aquele tinha sido abandonado pelo Muricy, que foi substituído pelo interino Vinicius Eutrópio (não é isso), até o Parreira tentou nos livrar do sufoco e, injustamente, rodou. Foi quando a diretoria inventou o Enderson Moreira (?), pra ficar segurando a vaga pro Abel.
Depois que o Abelão chegou, fizemos a melhor campanha do segundo turno do Brasileirão, garantimos a Libertadores, ganhamos a Taça Guanabara, perdemos a Taca Rio, mas levamos a taça do José Penido, e agora estamos com o Cariocão l nas mãos. E passamos para as quartas da Libertadores.
Esqueça o Madureira, Rogéro.
Um abraço, 
y salud!

Fluzão 2 x 1 Inter. Y. ahora, que venga el Boca! De novo, e quantas vezes for preciso.

É, Abel.
A pera, no início, até que tinha um gosto meio travado, reconheço.
Mas, foi daquelas que quando a gente acaba de comer, fica doce, docinha.
Dá um abraço na turma de guerreiros em nome deste blog e seus seguidores.
Que venga, agora, el Boca.
Mas, antes, será tempo, domingo, de saborearmos o Carioca.


quinta-feira, 10 de maio de 2012

As peras do Abel

Quando acabou a fase classificatória da Libertadores, Abel Braga soltou a frase ao mesmo tempo bem humorada e preocupada, a propósito de ter o Internacional de Porto Alegre como primeiro adversário do mata-mata:
- Eu merecia uma pera mais doce.

Um pedaço da pera já foi comido; o empate sem gols em Porto Alegre. A pera inteira vamos comer esta noite, com certeza, apesar de o Inter ser um time-pelanca, um jeito gaúcho, achurrasqueado, de falar time cascudo, ou osso duro de roer.

Sou lá de perto do Rio Grande do Sul; de Lages, em Santa Catarina, onde torci, e muito, pelo Internacional local, que chegou a ser, nos 1960, campeão catarinense, mas cujo estádio, hoje, virou uma tapera, imagem perfeita de um clube que, depois de ser rebaixado para a terceira ou quarta divisão do futebol de Santa Catarina, desapareceu do mapa.

Porque sou lá de perto, porque morei em Porto Alegre, porque vi muitos jogos do Inter no antigo Estádio dos Eucaliptos, e do Grêmio, no Olímpico, aprendi a respeitar o futebol gaúcho de muita marcação e pegada.

Mas, não haverá marcação do Indio, nem pegada do Guiñazu e do Tinga, nem a técnica do Oscar, nem a presença de área do Damião, que nos tire da Libertadores esta noite.

E aí volto à pera meio amarga do Abel.

Vencido o Inter, pegamos de novo o Boca.

Mas, nem a mística argentina, nem o talento do Riquelme nos impedirão de ir a uma nova final de Libertadores.

Será contra o Santos? Parece que sim. O Santos de Neimar, Ganso e Arouca, e do mais aético dos treinadores do futebol, aquele que desonrou a memória de Telê Santana ao fugir das Laranjeiras tentando jogar o nome do Fluminense na lama.

Confesso que a minha pera mais doce eu comerei no dia em que o Fluzão do Abel Braga ganhar a Libertadores do Santos de Muricy Ramalho.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Meus Personagens da Semana

Se ontem a justa euforia pela grande vitória sobre o Botafogo me impediu de fazer uma análise mais meticulosa do jogo, quero hoje pelo menos fazer justiça a um jogador que já critiquei tanto no passado: Thiago Neves, que merece ser, à moda do Nelson, o Personagem da Semana deste blog.

Porque não vinha jogando bem, após uma contusão, Thiago estava sendo alvo de muitas críticas, minhas inclusive. Este blogueiro confessa, além do mais, que nunca simpatizou muito com ele. Sempre achei o Thiago Neves meio cai-cai, meio 'ninguém é melhor do que eu'. Implicava até com as luzes que ele mandava fazer no cabelo. Achava ainda que ele, por ser do tipo cheguei, ofuscava o sempre tímido Conca, este, sim, o craque do time. Pois ontem o Thiago Neves calou a minha boca. Depois de sair carregado do último treino, com o tornozelo inchado, foi para o sacrifício, e jogou como um leão. Ofuscado pelo senso de colocação, toques e passes precisos do Deco, Thiago corria o tempo todo, marcando, armando, dando passes preciosos, como o que deu de cabeça para o Fred empatar naquela bicicleta maravilhosa. Num contra-ataque do Botafogo, lá estava o Thiago Neves cobrindo o Bruno e salvando a bola pra escanteio. Jogou um partidaço. Merece dividir com o Deco a honra de melhor do jogo. Salve, pois, Thiago Neves, meu Personagem da Semana.

Por último, porém não menos importante, quero dedicar nossa grande vitória de ontem ao Bernardo, o mais novo tricolor do pedaço, filho recém-chegado de Marina e de Fernando, leitor e assíduo colaborador deste blog. Aos orgulhosos pais, e seu pimpolho, um carinhoso abraço.

domingo, 6 de maio de 2012

NEEENSEE! 4 X 1 Botafogo

Sobis, Fred (golaço, de bicicleta), Sobis, Marcos Jr. (nosso mais novo garoto de ouro).
Nem lembro mais quem fez o golzinho deles (saíram na frente, os iludidos).
Jogamos bem pra caramba. O Deco arrebentou.
Que venha agora o Inter.
Agora, vou descansar o coração.
Amanhã tem mais.




segunda-feira, 30 de abril de 2012

Que venga o Botafogo!

Rogério e eu erramos o palpite. O Vasco não foi páreo para o Botafogo do Loco Abreu, que meteu dois gols de perna direita, na vitória de 3 a 1.

Aliás, Rogério, muito chique essa de assistir jogo da Copa América, em Montevidéu, na casa do Eduardo Galeano.

Mas, ponto final: sua simpatia pessoal pelo Loco, como a minha também, acaba hoje. Agora, é partir pra enterrar o uruguaio e o resto do time no fosso da desilusão do campeonato carioca. Porque, esse campeonato ninguém nos tira.


Como lembra o Fernando Paiva, "será uma final que não se repete desde 1971. Ou seja, inédita em minha curta vida. O jornal de hj disse que naquele ano o Fluminense ganhou com um gol roubado, em que o atacante fez falta clara no goleiro. Do jeito que os botafoguenses são chatos, estão cobrando essa dívida de 41 anos atrás. Para completar, a finalíssima será no dia 13, número da sorte do Loco Abreu, do Zagallo e dos botafoguenses em geral, pois todos são demasiadamanete supersticiosos. Como sou cético quanto a superstições, acredito na lógica, ou seja, na vitória do melhor elenco do Brasil, aquele do nosso Fluzão".

Caro Fernando:

Como já estou nesse planeta faz muito tempo, em 1971 meu coração era verde, grená e branco há uns 15 anos pelo menos. Não obstante, tive que recorrer aos arquivos da Revista Placar para recordar melhor o que aconteceu naquele domingo, 26 de junho. Treinado pelo Zagallo, o Botafogo, que só precisava do empate, se fechou na defesa pra garantir o 0 a 0. Nós fomos pra frente, chutamos bola na trave no primeiro tempo, mas o gol só foi sair aos 43' do segundo tempo. Ele saiu de uma bola levantada na área. O goleiro deles era aquele baixinho, que fora do Bangu, o Ubirajara. Marco Antonio, nosso craquíssimo lateral esquerdo, e bem mais alto que o diminuto goleiro (até o Félix parecia gigante perdo dele), disputou o cruzamento com o Ubirajara, que não achou nada, evidentemente. A bola sobrou limpa pro Lula, que garantiu a vitória do Fluzão e, com ela, o campeonato de 1971. Bola limpa, gol limpo, título merecidíssimo.

Aí vão os nomes dos campeões de 1971: Félix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antonio; Silveira e Didi* (Flávio); Wilton (Cafuringa), Cláudio, Ivair e Lula.

*Só pra constar, esse Didi não era, evidentemente, o grande craque das Copas de 1958 e 1962. 

Quanto às hist(é)óricas superstições botafoguenses, deixemos que eles curtam essas bogagens. Vamos, como você diz, Fernando, buscar mais esse título, para somar as já ganhas Taças Guanabara e Luiz Penido. Porque, sim, ganhamos o Torneio de Consolação da Taça Rio com muito mérito, e devemos valorizá-la. Como dizia meu velho amigo Sobrenatural de Almada, lá em Lages, quando eu reclamava de que nosso Inter local, lá pelos idos dos 1950, só ganhava Torneio Início: "Qual nada, guri. Tenemos que celebrar, porque una taza es siempre una taza". 

Ainda o Loco Abreu

Rogério Thomaz escreveu:


"O Vasco é superior mesmo, mas sigo o relator Murilo: por mim, tanto faz. Bateremos qualquer um. Sobre o Loco Abreu, tive o prazer de assistir Argentina x Uruguai (Copa América ano passado), no 16 de julho (dia do Maracanazo), na casa do Eduardo Galeano e é realmente incrível o respeito, eu diria fascínio mesmo, que os uruguaios têm pelo camisa 13 deles. Se depender da torcida, o Abreu fica no grupo da seleção até os 50, pela química tão boa que ele consegue criar no grupo. Ele é a "liga" da Celeste entre os jogadores."