segunda-feira, 30 de abril de 2012

Que venga o Botafogo!

Rogério e eu erramos o palpite. O Vasco não foi páreo para o Botafogo do Loco Abreu, que meteu dois gols de perna direita, na vitória de 3 a 1.

Aliás, Rogério, muito chique essa de assistir jogo da Copa América, em Montevidéu, na casa do Eduardo Galeano.

Mas, ponto final: sua simpatia pessoal pelo Loco, como a minha também, acaba hoje. Agora, é partir pra enterrar o uruguaio e o resto do time no fosso da desilusão do campeonato carioca. Porque, esse campeonato ninguém nos tira.


Como lembra o Fernando Paiva, "será uma final que não se repete desde 1971. Ou seja, inédita em minha curta vida. O jornal de hj disse que naquele ano o Fluminense ganhou com um gol roubado, em que o atacante fez falta clara no goleiro. Do jeito que os botafoguenses são chatos, estão cobrando essa dívida de 41 anos atrás. Para completar, a finalíssima será no dia 13, número da sorte do Loco Abreu, do Zagallo e dos botafoguenses em geral, pois todos são demasiadamanete supersticiosos. Como sou cético quanto a superstições, acredito na lógica, ou seja, na vitória do melhor elenco do Brasil, aquele do nosso Fluzão".

Caro Fernando:

Como já estou nesse planeta faz muito tempo, em 1971 meu coração era verde, grená e branco há uns 15 anos pelo menos. Não obstante, tive que recorrer aos arquivos da Revista Placar para recordar melhor o que aconteceu naquele domingo, 26 de junho. Treinado pelo Zagallo, o Botafogo, que só precisava do empate, se fechou na defesa pra garantir o 0 a 0. Nós fomos pra frente, chutamos bola na trave no primeiro tempo, mas o gol só foi sair aos 43' do segundo tempo. Ele saiu de uma bola levantada na área. O goleiro deles era aquele baixinho, que fora do Bangu, o Ubirajara. Marco Antonio, nosso craquíssimo lateral esquerdo, e bem mais alto que o diminuto goleiro (até o Félix parecia gigante perdo dele), disputou o cruzamento com o Ubirajara, que não achou nada, evidentemente. A bola sobrou limpa pro Lula, que garantiu a vitória do Fluzão e, com ela, o campeonato de 1971. Bola limpa, gol limpo, título merecidíssimo.

Aí vão os nomes dos campeões de 1971: Félix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antonio; Silveira e Didi* (Flávio); Wilton (Cafuringa), Cláudio, Ivair e Lula.

*Só pra constar, esse Didi não era, evidentemente, o grande craque das Copas de 1958 e 1962. 

Quanto às hist(é)óricas superstições botafoguenses, deixemos que eles curtam essas bogagens. Vamos, como você diz, Fernando, buscar mais esse título, para somar as já ganhas Taças Guanabara e Luiz Penido. Porque, sim, ganhamos o Torneio de Consolação da Taça Rio com muito mérito, e devemos valorizá-la. Como dizia meu velho amigo Sobrenatural de Almada, lá em Lages, quando eu reclamava de que nosso Inter local, lá pelos idos dos 1950, só ganhava Torneio Início: "Qual nada, guri. Tenemos que celebrar, porque una taza es siempre una taza". 

Ainda o Loco Abreu

Rogério Thomaz escreveu:


"O Vasco é superior mesmo, mas sigo o relator Murilo: por mim, tanto faz. Bateremos qualquer um. Sobre o Loco Abreu, tive o prazer de assistir Argentina x Uruguai (Copa América ano passado), no 16 de julho (dia do Maracanazo), na casa do Eduardo Galeano e é realmente incrível o respeito, eu diria fascínio mesmo, que os uruguaios têm pelo camisa 13 deles. Se depender da torcida, o Abreu fica no grupo da seleção até os 50, pela química tão boa que ele consegue criar no grupo. Ele é a "liga" da Celeste entre os jogadores."


sábado, 28 de abril de 2012

Vasco ou Botafogo?

Pra mim, tanto faz. Mas, acho que vai dar Vasco de novo em nosso caminho para mais um título de campeão carioca. O Botafogo do Osvaldo de Oliveira é como o seu técnico: certinho, arrumadinho, mas não empolga. O melhor do Botafogo hoje são as entrevistas do Loco Abreu. Uruguaio arretado. Articulado, com coisas pra dizer, um olhar crítico sobre o futebol. Diz que quer ser técnico quando parar. Se realizar seu objetivo, poderá ser um técnico dos bons. Quanto a nós, que aproveitemos bem a pausa, descansando, mas só o suficiente, recuperando o Wellington Nem, dando mais vivência de profissional ao Marco Júnior, descobrindo se o Fred está mesmo com algum problema físico crônico, dando mais ritmo de jogo ao Gum, e um pouco mais de tempo pro Thiago Neves melhorar a forma técnica, pois o Lanzini tá na espreita, prontinho pra ser titular. De resto, boa sorte pro Guardiola, que ele merece. E sorte pro Mano Menezes; muita sorte mesmo, porque media training não substitui competência técnica e tática. A propósito do Mano, escalo aqui uma seleção pra ele eventualmente testar: Daniel Alves, Dedé, Thiago Silva e Marcelo; Luiz Gustavo, Ramirez e Ganso; Lucas, Luiz Fabiano (ou Leandro Damião) e Neymar. Faltou o goleiro? Como disse o Felipão dia desses no SporTV, taí nosso único buraco hoje. Mas, como tem que escalar um, tasco o Jeferson, do Botafogo. Bom fim de semana.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Um bom jogo, um bom resultado

Desde ontem, a vantagem da melhor campanha na Libertadores começou a valer.

Fomos a Porto Alegre e, num Beira Rio com muita gente, empatamos sem gols. Foi um bom resultado, dada a referida vantagem de fazermos o jogo da volta (quase) em casa, no Engenhão (saudades do Maracanã e, por que não, também das Laranjeiras).

O jogo foi bom. Se não técnica, pelo menos taticamente. Jogamos com muita aplicação, muito bem distribuídos em campo, como gostam de dizer os comentaristas esportivos. O mesmo se pode dizer do Inter que, se nos deixou dominar boa parte do primeiro tempo, voltou para o segundo marcando adiantado e tentando nos sufocar. Quase conseguiram o gol, duas vezes com o Leandro Damião, sendoque na segunda saiu o pênalti do Edinho nele, que o Cavalieri foi buscar com muita competência no cantinho esquerdo. Após o pênalti reequilibramos o jogo e só não fizemos um gol porque o Muriel também foi buscar no canto esquerdo, rasteiro, um belo chute cruzado do Sóbis.

Coletivamente, gostei do miolo da defesa, agora com o Gum, finalmente, efetivado no lugar do Leandro Euzébio. Muito bem, Abel. Edinho, Diguinho, depois Jean, fizeram seu trabalho com eficiência. Quanto aos laterais, pra mim este foi o melhor jogo do Bruno, depois da vitória sobre o Vasco na final da Taça Guanabara. O garoto tem potencial. Carlinhos no batidão de sempre; correria no ataque, pouca firmeza na marcação, mas sem comprometer. Deco jogou bem, sem ser brilhante. Fred está certamente com problemas físicos, como se entrasse em campo pra fazer uma certa figuração, só pra preocupar os adversários; está lento e sem mobilidade. Thiago Neves já começa a merecer um lugar no banco, entrando Lanzini.

O melhor do Flu, e do jogo? Rafael Sóbis. Atacou, chutou, marcou, mostrou que entre ele e Nem, estamos muito bem servidos. Claro que não posso deixar de falar no Cavalieri. Como o miolo do zaga sustentou o jogo aéreo, ele esteve tranquilo e foi brilhante no pênalti. Palmas para nosso goleiro.

Finalmente, mostrando que sabe mesmo o que faz e é ousado, Abel levou o candango Marcos Júnior pra Porto Alegre, e ainda deu a ele uns cinco minutos de uma primeira experiência de Libertadores. Enquanto o Peter Siemsen, com sua competência de administrador deixar (perdão Fernando, mas ainda estou inconformado com a possibilidade do Marcos Júnior ou o Nem nos deixarem prematuramente), temos dois belíssimos jovens atacantes pra emoldurar nosso bom time. De resto, que venha o Bayern, ou o Chelsea. Tanto faz. Y adiós, España.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Fernando complementa o comentário da Raquel:

...com água congelante, porque se fosse quente cobrariam pela ducha!

Ainda sobre o balde de água fria ...,

... Raquel comentou, com impiedosa objetividade:


"É o balde frio do capitalismo e do mercado..."

Um balde de água fria

Fernando Paiva comentou meu post voluntarista sobre o Peter Siemsen,  o Nem e o Marco Júnior, e me jogou um merecido balde de água fria na cabeça.
Mas, que dói, dói. Não a água, nem o balde, se tivesse ele me caído na cabeça, mas a perspectiva de ver mais gente talentosa nos deixar.

"Bem que o Fluminense busca outras fontes de receita, como camisetas novas, agência de viagens, sócio torcedor etc. mas nada disso é suficiente para quitar a terceira maior dívida entre clubes de futebol nacionais, na casa dos R$ 350 milhões. Parte disso é de curto prazo e 99% não foi gerada pela atual gestão, mas herdada de gestões catastróficas anteriores.
O Peter é tricolor, como nós, mas é também, aparentemente, o primeiro administrador sério que o Flu tem em décadas. Como torcedor, não gosto da ideia de vendermos o Nem. Mas se eu estivesse na pele do Peter não sei se faria diferente.... a situação financeira do clube é delicadíssima."

abs!
Fernando"

Raciocínio curto!

Tirei a parágrafo abaixo de uma matéria saída hoje no G1, portal da Globo.
Vejam a qualidade do raciocínio do presidente do nosso clube: se os dois jogam na mesma posição, o que não é exatamente verdade, por que não torrar um deles no mercado europeu?
Será que o Fluminense não pode fazer como o Santos e construir um projeto de parcerias para segurar os garotos, como aconteceu com o Neymar e o Ganso? Será que só tem um jeito de pôr as finanças em dia, sacrificando aquilo que qualquer clube de futebol tem de mais precioso: o talento?

Bem que o Fernando avisou que isso ia acontecer.

Aqui no meu canto, fico pensando: esse Peter Siemsen tem twitter? página no facebook? email? Temos que encher o saco dele até dizer chega.
A propósito, pra quem não sabe ainda: Abel inscreveu o menino na Libertadores, junto com o Matheus Carvalho.

"Após se encantar com as atuações deWellington Nem este ano, a torcida do Fluminense conheceu mais de perto, no último sábado, um novo candidato a xodó: o meia-atacante Marcos Júnior, destaque da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Contra o Macaé, pela semifinal do Troféu Luiz Penido, o jogador fez sua estreia entre os profissionais e, no primeiro toque na bola, marcou o gol da vitória tricolor por 2 a 1. Mas é bom os torcedores não ficarem muito empolgados com a possibilidade de ver os dois no time. Segundo o presidente Peter Siemsen, a intenção do clube não é vende-los, mas lembrou que os atletas jogam na mesma posição e admitiu a possibilidade de negociá-los como fonte de receita."

domingo, 22 de abril de 2012

Arouca e Unimed

Fernando comentou e eu concordo:


"Bem lembrado! O Arouca foi um caso pior: ele não saiu tão novo quanto os demais, mas saiu ao fim de um contrato e, por isso, o Flu não recebeu nada!
A parceria com a Unimed é boa mas tem esse efeito colateral: pro mkt do Celso Barros é mais interessante trazer um jogador velho de guerra e conhecido do que investir numa jovem promessa."

sábado, 21 de abril de 2012

Grato, Fernando. É Marco Júnior, claro, não Marco Brito.


Fernando Paiva me corrige, e eu o copio:

Murilo, acho que vc está confundindo os Marcos. Marco Brito foi uma cria das Laranjeiras na virada dos anos 00 (se nao me falha a memória cronológica). O Marco ao qual vc se refere, que jogou um bolão na Copinha deste ano e marcou gol hj, é o Júnior. Marco Júnior, grande revelação, de fato! Voto para que tenha uma chance no time titular, depois que a diretoria vender o Nem, o que deve acontecer na próxima janela europeia, no meio do ano.
Infelizmente, atolado em dívidas, a principal saída pro Flu ainda é a venda de jovens promessas. O próprio Marco Brito, aquele que despontou dez anos atrás, também deixou as Laranjeiras precocemente. Uma pena...
Abs!
Fernando

E eu acrescento mais duas saidas precoces recentes; em 2009 e 2010, se também não me falha a memória cronológica. A do Maicon, que foi jogar e está 'desaparecido' em algum time da Rússia, e a do Alan, que eu achava muito melhor que o Maicon, e que foi desaparecer, pior ainda, ou na Suíça, ou, o que me parece mais correto, na Áustria.
Fora a perda do Arouca para o Santos. Pra mim, a mais sofrida de todas, até a perda do Nem que, peço aos deuses, não aconteça.  


Marco Brito: guardem bem esse nome

O garoto jogou o fino na Copinha, e fez um golaço hoje contra o Macaé, no seu primeiro jogo como profissional (estamos disputado o Torneio Consolação do Segundo Turno, a Taça Luiz Penido, lembram? Ganhamos do Macaé de 2 a 1 e vamos disputar a final semana que vem contra o Volta Redonda).
Detalhe importante pra nós,  tricolores candangos: o garoto Marco Brito nasceu aqui, em Brasília.

Brasilia que, aliás, comemora neste 21 de abril de 2012 os seus 52 anos.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Teatini escreveu ....

... proféticas palavras:


"Como dizia meu pai, que fez tricolores cinco filhos e uma filha: “O FLU não ganha nada fácil!”.

Proféticas palavras porque já temos duas pedreiras pela frente: o Inter e muito provavelmente o Boca, nas quartas. Um caminho pelas oitavas e quartas de final que se antecipam difíceis. Os cronistas esportivos, os flamenguistas principalmente, já começaram a antecipar nosso calvário de volta a Álvaro Chaves. E ironizam nosso guerreiro esforço pra termos a melhor campanha da primeira fase, como se quiséssemos a melhor campanha pra pegar só emelecs no caminho do título. Queríamos e conseguimos a melhor campanha porque fomos o melhor até agora e ganhamos o direito de disputar os jogos da volta em casa. Ponto. E vamos em frente, porque o caminho do título se faz a caminhar, e a vencer. 





Rogério e os 'trocentos' flamenguistas

Rogério escreveu:


Estava esperando uns amigos do Maranhão num "campo neutro" que era mais rubro-negro do que qualquer coisa... rsrs


E eu respondo:


Zoei com você, mas foi de inveja, Rogério. Mera provocação gratuita, pois deve ter sido sensacional ver a cara dos flamenguistas na hora que o Rafael Moura mergulhou e meteu aquela bola no gol dos argentinos. Queria ter estado lá.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Rogério Thomaz já pensando no futuro

E que venha o Boca nas quartas, porque o Emelec derruba só o nosso filho! Quiçá não seja o Inter nas oitavas!

Rogério

Quem viu o segundo tempo do jogo num bar com trocentos flamenguistas ao redor é que teve certeza que Thiago Neves iria perder o penal!

Meu comentário: 
Mas o que é que você estava fazendo num bar com trocentos flamenguistas, Rogério!!!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Agonia e Êxtase

Eu sei que o título aí em cima parece chamada para um filme bíblico, daqueles que o Cecil B. de Mille fazia na Hollywood dos anos 1950. Ou melhor, Agonia e Êxtase foi um filme estrelado pelo Charlton Heston, em 1965, dirigido por um sujeito chamado Carol Reed (Viva o Google).

Mas, chega de cultura inútil. Vamos ao que interessa esta noite.

Somos o primeirão da classificação geral da primeira fase da Libertadores.

Mas, que jogo sofrido!

Até que jogamos bem, na maior parte do tempo, em um estádio que parecia o do Madureira, em Conselheiro Galvão, só que com refletores, contra um time que parecia o Madureira. Mas, ficamos quase até o fim naquele nhenhenhem do 1 a 0. Como sempre acontece nesses casos, os caras empataram em mais uma borboleteada do Cavalieri.

De repente, num contra-ataque o Thiago Neves, que havia perdido um gol feito que poderia ter matado o jogo no começo do segundo tempo, sofreu pênalti. Abel Braga, sempre uma alma caridosa, mandou o próprio Thiago bater, pra não traumatizar ainda mais o Rafael Moura.

Detalhe, pra que não viu ou ouvir o jogo: na jogada do pênalti, o goleiro do Arsenal foi expulso e, como já tinham sido feitas as três substituições, botaram um cara da linha no gol. Era mamão com mel. Oportunidade mais doce, impossível.

Só que o Thiago Neves fez o cartaz do improvisado goleiro. Quase enfartei de tanta agonia, depois do pênalti perdido.

Pois não é depois da agonia veio o êxtase?

Lanzini, que tinha acabado de entrar, faltando pouco mais de um minuto pro jogo acabar, cruzou à meia altura pro vôo rasante do Rafael Moura, nosso He Man, ou melhor, para aqueles de nós mais antigos, nosso Charlton Heston.

Botei uma dose cowboy de uísque no copo e sentei-me pra escrever este post. Em merecido estado des graça.

Boa noite!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Até que foi melhor assim

Jogamos contra o Olaria como deveríamos ter jogado contra todos os times pequenos no Carioca; com tranquilidade e autoridade de time grande. 5 a 1 foi até pouco. Mas, o destino estava traçado. A Taça Rio não ia ser nossa  por causa dos tropeços contra o Macaé e o Resende, mas, também, nunca é demais repetir, por causa das nossas dificuldades nos clássicos: derrota para o Flamengo e empate com o Botafogo.

(Aliás, Macaé e Resende serão nossos adversários no Torneio Luiz Penido (depois googlo pra saber quem é, ou foi, esse personagem), disputado entre as equipes que ficaram em terceiro e quarto nos dois grupos. Bela oportunidade para a desforra, mas jogando com o time B, é claro.)

Ficar fora  da Taça Rio não foi, porém, de todo ruim. Seria pior entrar e perder logo de cara e, pior ainda, perder para o Flamengo (tá certo, sou pessimista; mas pessimista até certo ponto: taí nosso desempenho nos clássicos que me dá pelo menos um pouco de razão nesse meu pessimismo realista). Ficando de fora, ganhamos mais paz pra ir atrás, quarta agora, do primeiro lugar geral na Libertadores, e mais tempo de treino para as finais do Carioca.

Por fim, a nova/velha contusão do Fred explica o começo devagar dele este ano. Isto não é bom, mas o que se há de fazer? Há que se confiar no Rafael Moura, que fez dois ontem. É só o Rafael Moura se convencer que é tanque de guerra, e não uma SUV com câmbio automático, que ele pode se dar melhor no futebol.


sábado, 14 de abril de 2012

O Futebol e o Poder


Digressões não tricolores, numa manhã de sábado em Brasília:


A Presidenta Dilma Rousseff diz que torce pro Atlético, em Minas, e pro Inter, em Porto Alegre. Consta que essas preferências afloraram publicamente na campanha presidencial de 2010, quando ela não seria doida de dizer que seus times do coração eram o Cruzeiro e o Grêmio. Mas, do seu coração mesmo, juram os amigos mais íntimos, é o CSKA Sofia, atual líder do campeonato búlgaro.

E o Michel Temer, essa versão masculina contemporânea da grã-fina de nariz de cadáver imortalizada por Nelson Rodrigues, pra que time torce?. Tal como ela em dia de Fla-Flu, o Temer, se um dia fosse ao Pacaembu ver, por exemplo, um Corinthians x Palmeiras, perguntaria ao assessor dedicado: “Mas, quem é mesmo a bola?”. A propósito, minha querida amiga Socialite dos Pés-Descalços jura de pés juntos que a mãe jamais pronunciou a antológica frase, que a frase não passou de mais uma genial invenção literária do Nelson, mas que ela hoje não se importa mais com isso, pois a frase assegurou a imortalidade da mãe na rica história do futebol brasileiro. Porém, ferina e politizada, Socialite acrescenta: “Mas, se mamãe não falou, o Temer certamente falaria; aquele engomadinho!”

Paulistana de nascimento, a Ideli Salvatti,  quando menina, queria porque queria jogar no juvenil do Palmeiras, mas, além de ser menina, era gordinha; o duplo preconceito impediu que realizasse aquele sonho de infância. Hoje, diz que torce pro Avaí, e só lamenta que seu clube do coração não tenha construído o Estádio da Ressacada à beira mar, pois só assim poderia escapar do trânsito infernal no caminho do estádio em dia de jogo, indo pra lá da lancha. Já a Gleisy Hoffman afirma torcer pro Londrina, mas nem gosta de futebol. Na adolescência, fez intercâmbio no Arkansas e foi cheerleader do time de baseball da sua high school. E parou por aí a sua história esportiva.

E o Lula? Esse todo mundo sabe. Ama futebol de paixão, corinthiano roxo e, simbolicamente, padrinho do Itaquerão. O Lula fez tanto pra que se construísse o estádio e pra que nele fosse realizado a abertura da Copa, que o Itaquerão deveria se chamar Arena André Sanchez Lula da Silva. O ex-presidente foi um excepcional meia-esquerda na juventude, capitão e artilheiro do time do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo. O técnico era o Zezão, que chegara a ser um botinudo volante do juvenil do Corinthians lá pelo fim dos anos 1950. Mas, quem escalava o time e definia a tática era sempre o Lula que, na época, não deixava ainda crescer a barba, mas o vozeirão rouco já estava lá. Os juízes e bandeirinhas da época que o digam.

O Zé Serra chegou a treinar no juvenil do Palmeiras lá pelos 1950 também. Mas, durou muito pouco a sua aventura esportiva. Foi mandado embora porque, imberbe, aos 15 anos, achava que entendia mais de futebol que o técnico; não só o do juvenil, mas o do profissional também. Apesar disso, jamais renegou seu coração de palmeirense nascido e criado na Moóca. Já o Fernando Henrique diz até hoje que não consegue entender essa mania de brasileiro com o soccer; palavra que pronuncia com sotaque britânico, mesmo sabendo que na Grã-Bretanha, soccer é football mesmo. Gente fina é outra coisa.

Mas, pra terminar essa digressão sobre o futebol e o poder, curiosa mesmo é a história futebolística de dois jovens de Goiânia: o Professor e o Doutor. O primeiro era um arisco ponta direita num time de várzea da cidade; time que ele patrocinava, embora ninguém soubesse donde que o dinheiro dele vinha. O outro, gorducho e pouco atlético, foi chegando na várzea meio devagar, como quem não quer nada e, como não soubesse nada de bola, virou juiz do campeonato. Até recentemente, tinha gente daquela época que desconfiava dos pênaltis que o Doutor gostava de marcar a favor do time do Professor. Mas, como, ao que tudo indicava, os dois não se conheciam, e jamais trocaram uma palavra, mesmo na cervejada depois dos jogos (aliás, o Doutor nem bebia, ao contrário do Professor, cervejeiro e malandro de dar dó), a desconfiança perdeu-se no tempo. Ou melhor, perdeu-se durante muito tempo, mas não para sempre, como os varzeanos daquela época descobriram agora; eles e o resto do povo brasileiro: o Professor Carlinhos Cachoeira e o Doutor Demóstenes sempre tiveram relações de cama e mesa, ou, pra ser mais correto, de copa e cozinha.






quinta-feira, 12 de abril de 2012

Otimismo em boa hora

Rogério Thomaz escreveu:

"Arrancamos hoje pro título! A vitória hoje ia gerar muito oba-oba, já ganhou etc... perdemos hoje estrategicamente pra não relaxarmos mais na competição. agora ninguém segura a Máquina Tricolor! Fred preocupa e o estado emocional do Rafael Moura (precisamos dele!) também!""


Valeu o otimismo, Rogério.
Minha cabeça inchada estava precisando de uma voz menos sorumbática do que a que me roubou o sono na noite passada.

Uma derrota merecida

Foi uma derrota merecida. O Boca veio pra se desforrar e nós, talvez relaxados pela classificação antecipada, fomos para o campo sem saber muito bem o que queríamos, apesar do discurso do primeiro lugar na classificação geral ao fim da fase de grupos. Mas, é claro que demos uma boa ajuda para os argentinos. E mais uma vez a ajuda aos adversários veio do Leandro Euzébio que, mal colocado, como sempre, sem tempo de bola, deu o passe de cabeça, para trás, que levou ao primeiro gol do Boca. É dar muito mole pro azar. Em Buenos Aires, suspenso, Leandro Euzébio não jogou, e o Digão deu bem conta do recado. Está evidente que o Abel confia nos zagueiros titulares, não confia no Digão e conhece pouco  Gum que, além do mais, está ainda forma de forma, vindo de contusão. Mas, está na cara também, acredito, de partir para uma zaga nova, com o Gum e o Anderson, que não tem a lerdeza do Euzébio.

Enfim, a cabeça ainda está quente, depois da noite mal dormida.

Uma observação final: acho que o Fred está de novo com problemas musculares, e anda jogando no sacrifício.

terça-feira, 10 de abril de 2012

O jogo do lusco-fusco

Olaria, na rua Bariri.
Canto do Rio, em Caio Martins.
Bangu, em Moça Bonita.
São Cristóvão, em Figueira de Melo
Bonsucesso, em Teixeira de Castro (hoje, Leônidas da Silva)
América, em Campos Sales
E o Madureira, em Conselheiro Galvão.

Esses foram alguns dos estádios da minha infância e juventude; os jogos neles eu ouvia pelo rádio e, se eu sabia que nenhum deles era um Maracanã, as descrições entusiasmadas dos speakers esportivos me faziam crer em bucólicas praças esportivas, em um Rio de Janeiro romântico do qual o Rio de hoje, mesmo belo e maravilhoso, não é mais nem sombra.

Memórias que me vieram à mente depois que vi, pela TV é claro, o final de Fluminense 2 x 1 Madureira, em Conselheiro Galvão. Um final à sombra, literalmente. Não à sombra de um inclemente sol de verão, mas à sombra de uma lua que chegava devagarinho, trazendo a noite com ela. À sombra da lua porque o Conselheiro Galvão de hoje, como o de ontem, não tem refletores. Reflexos do organizadíssimo Campeonato Carioca, como reflexo de um Rio de Janeiro cuja economia citadina não sustenta tantos times na cidade, somados a tantos outros do interior.

Mas, o importante é que ganhamos. Cavalieri tomou mais um daqueles gols pelo alto que me incomodam tanto. Negou que tenha sido por causa do lusco-fusco. Gostei da honestidade dele. E espero que continue treinando muito, pra melhorar suas saídas do gol nas bolas altas.

Agora, é esperar o Boca e continuar brigando pela melhor campanha da fase eliminatória da Libertadores. Quanto à Taça Rio, tá difícil levar o campeonato carioca direto. Mas, não custa continuar tentando.

P.S.: Mais dois estádios, importantíssimos da minha infância e juventude: o Internacional de Lages jogava no Areião de Copacabana, e o de Porto Alegre, nos Eucaliptos. Bons velhos tempos aqueles em que minha mãe bordava a bandeira oficial da Federação Lageana de Futebol.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Errata

Onde se escreveu "menos bonito" no post abaixo, leia-se por favor "mais bonito".
Mea culpa.

Água mole em pedra dura (2)

Primeiro foi o Olimpia paraguaio. Bateu, bateu e levou o empate pra casa.
Ontem, foi o Emelec equatoriano. Bateu, bateu e ficou com a vitória em casa.
Eu mesmo já andei criticando a defesa do Fluzão, mas ela está entre as menos vazadas da Libertadores. Que o Abelão e seus guerreiros me perdoem.

Já a do Mengão. O Olimpia e o Emelec que o digam. Aliás, não foi nem o caso de bater em pedra dura. Porque aquela defesa do Flamengo está mais pra pedra mole. Mais mole que ela só a malemolência do R.Gaúcho em campo.

Dizem que secar adversário é feio.
Com uma exceção: secar o Flamengo só não é menos bonito do que as praias e as montanhas do Rio de Janeiro.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Água mole em pedra dura ...

... tanto bate até que fura, reza o dito popular.
Por isso, vou continuar batendo na tecla de que precisamos logo voltar a ganhar clássicos de forma sistemática. Concordo que o empate de domingo com o Botafogo ficou de bom tamanho. Não porque o adversário tenha jogado melhor do que nós, pois foi, como diria o Nelson, um match equilibrado pro nosso lado.  Afinal, somos melhores até mesmo quando jogamos só o suficiente pra empatar. De bom tamanho ficou porque o time chegou da Venezuela no sábado, entrando em campo domingo sem treino e sem descanso. E entrou em campo com todos os titulares, menos o Diguinho, o que foi ótimo, pois o Jean será sempre melhor do que o gauchinho errador de passe e fazedor de falta. Deco não jogou bem, mas suportou o tranco durante os 90 minutos. E fiquei feliz pra caramba com a volta do Gum aos campos. Sei que não se trata de nenhum Thiago Silva (a propósito: tem vascaíno alcunhando o Dedé de 'monstro'; um absurdo, pois monstro só houve e só haverá um zagueiro neste país: o Thiago Silva, hoje no Milan, mas a caminho de desafios maiores, com certeza), mas o Gum me dá mais segurança que o Euzébio e o Anderson juntos. Espero que continue no time. Quem ainda ficou devendo, desde que voltou da contusão, foi o Thiago Neves. Mas, logo, logo desencanta.
Enfim. Temos pouco do que reclamar. Até agora está tudo perfeito: Taça Guanabara, o primeiro lugar na Libertadores, que vamos confirmar no jogo com o Boca, dá até pra ainda ganhar a Taça Rio e o Carioca direto.
Mas, pra isso, o Fluzão tem que ganhar os clássicos, sem medo de ser feliz.