Aliás, Rogério, muito chique essa de assistir jogo da Copa América, em Montevidéu, na casa do Eduardo Galeano.
Mas, ponto final: sua simpatia pessoal pelo Loco, como a minha também, acaba hoje. Agora, é partir pra enterrar o uruguaio e o resto do time no fosso da desilusão do campeonato carioca. Porque, esse campeonato ninguém nos tira.
Como lembra o Fernando Paiva, "será uma final que não se repete
desde 1971. Ou seja, inédita em minha curta vida. O jornal de hj disse que
naquele ano o Fluminense ganhou com um gol roubado, em que o atacante fez falta
clara no goleiro. Do jeito que os botafoguenses são chatos, estão cobrando essa
dívida de 41 anos atrás. Para completar, a finalíssima será no dia 13, número
da sorte do Loco Abreu, do Zagallo e dos botafoguenses em geral, pois todos são
demasiadamanete supersticiosos. Como sou cético quanto a superstições,
acredito na lógica, ou seja, na vitória do melhor elenco do Brasil, aquele do
nosso Fluzão".
Caro Fernando:
Como já estou nesse planeta faz muito tempo, em 1971 meu coração era verde, grená e branco há uns 15 anos pelo menos. Não obstante, tive que recorrer aos arquivos da Revista Placar para recordar melhor o que aconteceu naquele domingo, 26 de junho. Treinado pelo Zagallo, o Botafogo, que só precisava do empate, se fechou na defesa pra garantir o 0 a 0. Nós fomos pra frente, chutamos bola na trave no primeiro tempo, mas o gol só foi sair aos 43' do segundo tempo. Ele saiu de uma bola levantada na área. O goleiro deles era aquele baixinho, que fora do Bangu, o Ubirajara. Marco Antonio, nosso craquíssimo lateral esquerdo, e bem mais alto que o diminuto goleiro (até o Félix parecia gigante perdo dele), disputou o cruzamento com o Ubirajara, que não achou nada, evidentemente. A bola sobrou limpa pro Lula, que garantiu a vitória do Fluzão e, com ela, o campeonato de 1971. Bola limpa, gol limpo, título merecidíssimo.
Aí vão os nomes dos campeões de 1971: Félix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antonio; Silveira e Didi* (Flávio); Wilton (Cafuringa), Cláudio, Ivair e Lula.
*Só pra constar, esse Didi não era, evidentemente, o grande craque das Copas de 1958 e 1962.
Quanto às hist(é)óricas superstições botafoguenses, deixemos que eles curtam essas bogagens. Vamos, como você diz, Fernando, buscar mais esse título, para somar as já ganhas Taças Guanabara e Luiz Penido. Porque, sim, ganhamos o Torneio de Consolação da Taça Rio com muito mérito, e devemos valorizá-la. Como dizia meu velho amigo Sobrenatural de Almada, lá em Lages, quando eu reclamava de que nosso Inter local, lá pelos idos dos 1950, só ganhava Torneio Início: "Qual nada, guri. Tenemos que celebrar, porque una taza es siempre una taza".
Nenhum comentário:
Postar um comentário