Li esse texto ontem no G1.
Achei que devia compartilhá-lo com vocês, pois ele diz muito sobre o que a crise ou ganância financeira de clubes e empresários estão fazendo com muitos dos nossos jovens talentos.
Talvez só poucos de nós recordemos do Wellington Silva. Mal jogou no time de cima, antes de ir cumprir sua saga na Inglaterra.
"Um mede 1,69m. O outro, 1,67m. Ambos são atacantes com
características semelhantes: rápidos e habilidosos. A timidez diante das
câmeras também é parecida, assim como a desenvoltura para piadas e provocações
longe delas. A origem no futebol é a mesma: os dois se conheceram em Xerém, nas
categorias de base do Fluminense. A coincidência chega ao nome: Wellington.
Muda apenas o sobrenome. Um é o Nem, atual atacante do Flu, o outro é o Silva,
promessa que deixou o clube aos 18 anos rumo ao Arsenal-ING e hoje aguarda um
empréstimo para um clube espanhol. Depois de quase dois anos sem se encontrar,
os velhos amigos mataram a saudade e colocaram o papo em dia. Em pauta, além de
recordar os momentos que passaram juntos e as histórias da adolescência, eles
falaram sobre o futuro no futebol e as escolhas do passado.
Apesar de tantas semelhanças, as trajetórias dos Wellingtons no
futebol profissional são bastante diferentes até o momento. Tratado como joia
em Xerém, Silva recebeu sondagens do futebol europeu desde os 16 anos. Assim
que alcançou a maioridade, transferiu-se para o Arsenal e logo foi emprestado
ao Levante-ESP, no qual recebeu poucas chances. Na última temporada, defendeu o
Alcoyano e participou da campanha que culminou no rebaixamento para a Terceira
Divisão espanhola. Após as férias, voltou a Londres, onde fará pré-temporada
com o Arsenal, com o qual tem contrato até 2016, mas novamente será cedido a um
clube espanhol. A medida faz parte de um projeto para ele ganhar cidadania
espanhola e não ocupar uma vaga de estrangeiro, além de ganhar experiência antes
de ser utilizado pelos ingleses.
Já Nem, de 20 anos, optou por um caminho
totalmente distinto. Após retornar de um empréstimo ao Figueirense como
revelação do Campeonato Brasileiro de 2011, recebeu proposta concreta do CSKA
Moscou, mas bateu o pé diante do presidente Peter Siemsen e disse que queria
continuar no Fluminense. A decisão rendeu frutos, ele se tornou peça
fundamental no time e recebeu a primeira convocação para a seleção brasileira
profissional. Vendo a situação do amigo, Wellington Silva admite que seu
destino poderia ter sido outro. E hoje, após viver diversas experiências,
procurou aconselhar o tricolor.
- Eu não tive como dizer não. Era algo muito bom para mim, para
a minha família e para o Fluminense. Há certos momentos em que penso que me afastei
dos holofotes e que, se tivesse ficado, o destino poderia ter sido outro. Penso
até que poderia ter ficado. Mas o futuro vai me reservar coisas boas. Ainda sou
novo e tenho muito pela frente. O que eu digo é para ele aproveitar esse
direito que ele tem de dizer não. Que ele saia quando for algo muito bom mesmo,
que possa conversar com a família... Hoje todos estão de olho no futebol
brasileiro - afirmou Wellington Silva, admitindo que voltaria ao Flu caso
tivesse oportunidade. - Quem sabe no futuro? Seria maravilhoso. Só posso
agradecer ao Fluminense.
Wellington Nem sabe que a tendência é o
assédio aumentar a cada janela de transferências. Mas ele garante estar feliz
no Fluminense e ainda não pensa no futebol europeu. Outro desejo está claro em
sua cabeça: voltar a jogar ao lado do amigo.
- Esse aí sempre foi craque, desde pequeno.
Chegou lá em Xerém cheio de moral. O cara era sinistro mesmo. E era muito bom
jogar ao seu lado. Fiquei triste com a sua saída. Não penso em sair do
Fluminense agora, mas quem sabe a gente não se reencontra no futuro?"
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