terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Lembrando 2008: Sou colorado. E daí?

Sou colorado; e daí¿

Meus amigos de esporte, os cariocas e os paulistas, principalmente, costumam se espantar: “Mas, você, um catarina, barriga-verde, torcer pro Fluminense! Não faz sentido. Me explique isso!!!”
Primeiro eu explico que catarina eu sou, e com muito orgulho, orgulho principalmente da maior de todas as catarinas, que não se chamava Catarina, mas Anita, mulher de Giuseppe Garibaldi; mulher arretada, guerreira, heroína Farroupilha, aqui, e republicana lá, na Itália, para onde foi lutar ao lado do marido. Mas, barriga-verde não sou. Barriga-verde pra nós, lageanos, foram e ainda são os florianopolitanos, os manezinhos da ilha, os chupins da capital, metidos a besta, com complexo de carioca, que achavam que seus bloquinhos de carnaval dos 1960s eram escolas de samba.
Santa Catarina, meus leitores e leitora desse mal arranjado blog fechado, é um estado sui generis nessa nossa sui generis federação. Lá dentro somos uma federação de regiões, de municípios, de cidades. Mas, uma federação mesmo, com pretensão a grandes autonomias, se não políticas, pelo menos culturais. O pessoal do Oeste é do Oeste; o do Norte é do Norte; o do Vale do Itajaí é do Vale do Itajaí; o do Sul é do Sul; e os manezinhos que se danem, pois nem donos do litoral eles conseguem ser, apesar das belíssimas 51 praias da ilha. Quem é de Chapecó é de Chapecó; de Joaçaba é de Joaçaba; de Joinville é de Joinville; de Itajaí é de Itajaí; de Blumenau é de Blumenau; de Mafra é de Mafra, e assim por diante.
Logo, com mais razão, quem é de Lages é de Lages, com um agravante. Tal como alguns irmãos do Oeste, gostamos de nos pensar gaúchos. Gaúchos, disse. E não rio-grandenses-do-sul, e muito menos porto-alegrense com aquela fala mole, engraçada.
Por isso, sou colorado. Mas, colorado de Lages, mesmo que o meu Internacional lageano esteja hoje fora de combate, longe daquele esquadrão que foi campeão estadual em 1965. No carnaval deste ano fui a Lages; não pra curtir a folia de Momo, esclareço, porque lageano que se preza não é dado a essas futilidades; fui pra rever familiares. Como sempre faço quando estou lá, saio pra longas caminhadas. Pois de uma delas voltei chorando. O antigo estádio do Inter de Lages, o glorioso Areião da Copacabana (sim, lá em Lages também tem um bairro chamado Copacabana), virou uma tapera. Mal tive coragem de olhar. Uma tristeza de dar dó.
Mas, afinal, vocês devem estar pensando, por que esse cara se mete de novo em nossas caixas postais, e desanda a falar de Santa Catarina, de Lages, de um desconhecido Internacional lageano, cujo campo, ele mesmo diz, virou uma pungente tapera¿
Me explico, car@s leitor@s.
Nosso querido Alexis Stival, o Cuca de já duas extraordinárias vitórias no Brasileirão à frente do vice-campeão da Libertadores da América de 2008; o Cuca já treinou o Internacional de Lages.

Eu sabia, eu sabia que alguma coisa maior me ligava a esse jovem e promissor ‘professor’. Quem pisou a lateral do Areião de Copacabana, mesmo que hoje ela esteja perdida em uma tapera; quem pisou naquela lateral, para ele está reservado um futuro de glórias futebolísticas. Mas, não me perguntem por que¿ Não saberia responder. É o Sobrenatural quem me diz isso. Não o de Almeida, porque esse era amigo só do Nélson, mas o de Almada, espírito de um espanhol que morou em Lages muitos anos, um amante do futebol, que mudou para o Brasil depois que o Real Madrid dispensou o Didi nos idos dos 1960, só porque ele era uma estrela que brilhava mais que o Di Stefano. Ciúme de argentino é fogo. O Almada, que só viria a se tornar Sobrenatural quase trinta anos depois de chegar ao Brasil e ir, sabe-se lá porque dar com os costados em Lages, tem sido um notável conselheiro meu em matéria futebolística. Foi ele, por exemplo, quem me adiantou que o Ronaldinho seria dispensado do Barcelona (sim, o Almada, mesmo depois de Sobrenatural, continua a acompanhar o futebol da terra natal), porque ninguém mais o agüentava ali no ‘seu quadrado’. Pois o Sobrenatural de Almada me garantiu dia desses que o Cuca não só vai levar o Fluminense de novo à Libertadores em 2009 (já estamos fora da zona de rebaixamento, viram¿), como em 2010 estará na África do Sul à frente de uma seleção brasileira capitaneada pelo Thiago Silva, com Fernando Henrique no gol, Arouca no meio do campo, Tartá na reserva do Kaká, e Washington, o já quase artilheiro do Brasileirão 2008, com a camisa 9, no comando do ataque.
Não costumo acreditar em profecias, mas quem sou eu pra discutir com um Sobrenatural¿

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