Dia desses, em O Globo, o colunista Fernando Calazans, de graça, sem qualquer razão relevante, ironizou o Flu, chamando-o de time com 'vocação regional', só porque ele se chama, com muito orgulho pra nós, Fluminense. Sei que o Renato Maurício de Sorriso Prado é flamenguista. Pelo ranço demonstrado na coluna, o Calazans, com aquele cara de anão Zangado, deve ser rubronegro também. Se alguém por aí souber o time dele, mate-me essa curiosidade.
Lembrei-me do irritante comentário depois da nossa heróica vitória de ontem à noite, na Copa do Brasil, sobre o Nacional, de Patos, Paraíba. 1 a 0.
O que será que o Calazans diria do Nacional paraibano? Time com 'vocação', obviamente, 'nacional'? E o São Paulo? Vocação estadual? Municipal? E o Flamengo, então, que não passa de um clube de bairro?
Bons tempos aqueles em que os Nelsons, Joãos, Armandos, e outros menos votados, não escondiam suas paixões clubísticas, pretendendo-se imparciais observadores da cena futebolística, mas sem, por isso, deixavam de escrever, informar e, sobretudo, analisar as coisas muito bem.
Mas, e o jogo?
Quem assistiu viu que os caras bateram sem dó no primeiro tempo; que mais uma vez fizemos um bom primeiro tempo, pra jogar mal no segundo; que o Everton Santos mais uma vez fez gol; que iremos, tal como os adversários, em forma apenas razoável para as seminais da Taça Guanabara, e que por isso podemos acreditar em mais um título.
Mas, por falar em bater, os caras bateram tanto ontem, no referido primeiro tempo, que o Fabinho parecia o Didi, dos anos 1950, desfilando sua categoria no meio do campo, sobre os ombros um manto de príncipe etíope que mal roçava o gramado do Almeidão de João Pessoa.