sábado, 11 de fevereiro de 2017

Altair

http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2017/02/por-causa-de-alzheimer-campeao-do-mundo-em-1962-nao-recebe-pensao.html

Nos anos 1950, o Torneio Rio-São Paulo equivalia ao campeonato brasileiro, que só começaria a nascer com a Taça Brasil, em 1959.

Em 1957, vésperas da primeira grande conquista do nosso futebol, o Fluminense foi campeão invicto do Rio-Paulo, jogando contra grandes times, como o Santos de Manga, Urubatão, Jair da Rosa Pinto, Pepe, Pagão, Zito, Dorval, e de um fenômenos de 16 anos, Pelé; o Botafogo de Didi, que recém deixara as Laranjeiras, Garrincha, Nilton Santos,  Paulo Valentim, Quarentinha; o Vasco de Paulinho, Bellini, Orlando, Vavá, Sabará, Pinga; o Flamengo de Joel, Moacir, Dida, Babá, Indio, Zagallo; o Palmeiras, de Valdermar e Mazola, e assim por diante.

Time base do Fluminense, naquele ano de uma de suas maiores conquistas: Victor Gonzales, Cacá e Roberto; Ivan, Clóvis e Altair; Telê, Robson, Waldo, Jair Francisco e Escurinho.

Waldo era o monstro daquele time, até hoje maior artilheiro da história do clube, com inalcançáveis 319 gols; como foi, jogando pelo Valência, da Espanha, para onde se transferiu em 1962 - e onde mora até hoje -, o maior artilheiro da Liga Espanhola até 2006, com 115 gols, quando Ronaldo Fenômeno o ultrapassou.

Mas, daquele time, como jogador de seleção brasileira, o mais bem sucedido seria Altair, bicampeão do mundo em 1958 e 1962, reserva que teria mesmo que ser do incomparável Nilton Santos.

Em 2013, Altair esteve em Brasília, convidado pela CBF, para acompanhar a Copa das Confederações; já sofria do Mal de Alzheimer e, numa comovente história, perdeu-se do ônibus da sua comitiva no início de uma tarde de junho, e passou a vagar pela cidade, à procura da delegação do seu eterno Fluminense, e só foi encontrado por quatro jornalistas, que estavam em um táxi, perto da meia noite, na Avenida das Nações.

- Sou bicampeão do mundo, ele dizia, como se fosse a única certeza que tivesse naquele momento.








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