sábado, 10 de junho de 2017

Sobre o Flu, Richarlison e o Palmeiras

Daqui a pouco o Fluzão, como diz a crônica esportiva radiofônica, adentrará o gramado do Alianz Park, em São Paulo, para enfrentar o poderoso esquadrão da Sociedade Esportiva Palmeiras. Poderoso e rico, graças aos cofres da Crefisa, empresa que vive de emprestar dinheiro a juro, e à paixão da dona da dita empresa, Leila Pereira, hoje também dona, em sentido quase literal, do Palmeiras. Como aliás o Fluminense, na sua fase recente de novo rico, duas vezes campeão brasileiro neste século XXI, já teve também o seu dono virtual, Celso Barros, dono virtual da Unimed Rio. A diferença entre os dois mecenatos, travestidos de patrocínio, e com grande poder político, é que a Crefisa pode fazer as pessoas adoecerem ao lhes emprestar dinheiro que não poderão pagar mais na frente, ao passo que a Unimed pode curar as pessoas que, tendo tomado dinheiro emprestado da Crefisa, ficaram doentes por não poder pagar a dívida. Mas, no fundo, ambas as empresas se equivalem, pois de que adianta fazer plano de saúde se o dinheiro emprestado acabou e agora não posso pagar o empréstimo, e muito menos o plano de saúde!!!

Mas, chega de divagações.

Mais importante que o jogo desta tarde e seu resultado é o imbróglio que o está antecedendo.

Mal das pernas nesse início do Brasileirão, o Porco do Parque Antártica, em um lance esperto fora das quatro linhas, resolveu enfraquecer o já enfraquecido Pó de Arroz das Laranjeiras fazendo proposta para comprar o passe do jovem Richarlison que, com os igualmente jovens Gustavo Scarpa (que o mesmo abonado Palmeiras tentou levar no início deste ano), Wendel e Wellington Silva, formam a base do time que, surpreendentemente, ocupa o quarto lugar ao chegarmos à 5a. rodada do maior certame futebolístico nacional.

Vejam só: Fluminense se prepara para enfrentar o Palmeiras, e o Palmeiras, na antevéspera do jogo, diz que quer levar um dos principais jogadores do adversário para São Paulo.

E o primeiro resultado da 'transação' vem rápido: o garoto procura Abel Braga e, mesmo com o negócio ainda longe de ser pra valer, diz que não tem 'cabeça' pra entrar em campo hoje.

Se o e$quadrão palmeiren$e já era favorito, ficou mais favorito ainda.

Fez de propó$ito? Não $ei! O 'ético' Cuca diz que não $abia de nada, e empre$tou $olidariedade de Gilmar Mende$ ao Abelão.

Mas, o mais triste disso tudo é que a diretoria do Fluminense foi decisiva para que o imbróglio acontecesse.

O clube tá numa pindaíba braba; o déficit previsto para este ano é de quase 80 milhões; a cota de televisão adiantada ano passado já foi torrada; não se tem patrocínio master na camisa; e até a milionária venda do garoto Gerson ano passado para o Roma virou dívida (ver http://globoesporte.globo.com/futebol/times/fluminense/noticia/caso-gerson-a-venda-que-virou-emprestimo-e-ainda-gerou-divida-ao-flu.ghtml). O atual presidente Pedro Abad, auditor da Receita Federal, que, aliás, já elogiei aqui, tem dado transparência a essa situação, o que é uma boa novidade, e, ao contratar o Abel por dois anos, fez o certo: entregou ao nosso multicampeão, e tricolor de coracão treinador, um elenco recheado de meninos de Xerém, para ser lapidado este ano e, quem saber, fazer bonito ano que vem.

Mas, ao alardear tanto aos quatro ventos a necessidade de vender passe de jogador para fechar o caixa em 2017, Abad ouriçou os vermes que infestam os intestinos do futebol, em especial os chamados empre$ário$ que parasitam os jogadores de hoje, sejam eles promissores ou não, como promissor é o Richarlison.

O que o Palmeiras não precisava fazer era procurar o Fluminense na semana do jogo entre eles.

Pior, o que o Fluminense não precisava, e aí o Abad pisou feio na bola, era receber o Palmeiras na semana do jogo.

Só no próximo final de semana é que o Richarlison chegará ao sétimo jogo no Brasileirão. Se a pindaíba obriga a vender, se os empresários estavam assanhados, que se esperasse até segunda-feira pra começar a conversar.

O Palmeira foi anti-ético, se é que se pode falar em ética no futebol? De certa forma, sim.

Mas, a responsabilidade maior pelo imbróglio foi do próprio Fluminense e de seu bem intencionado presidente.




Um comentário:

Teatini disse...

Neste pobre Brasil onde os canalhas temer, gilmar, eliseu quadrilha e psdbostas reinam, falar em ética no futebol virou brincadeira!