Flu consegue certificado de Clube Formador de Atletas, antigo desejo
Tricolor é o único dos grandes do Rio a obter este título, e agora fica mais protegido com possíveis indenizações com saídas de atletas amadores
O Fluminense conseguiu na última semana uma grande vitória nas divisões de base, mas não foi dentro de campo. O Tricolor obteve o desejado certificado de Clube Formador de Atletas, que nenhum dos outros grandes do Rio tem, apenas o Nova Iguaçu. Entre outras vantagens, o Flu agora tem direito a indenização quando qualquer atleta amador deixar o clube e se transferir para outro.
Visão aéra do CT Vale das Laranjeiras, em Xerém (Foto: Bruno Haddad/ Fluminense FC)
De acordo com Marcelo Teixeira, gerente executivo da base do Fluminense, o clube teve dificuldades para conseguir o certificado via Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), e só obteve após acionar a CBF.
- Temos que ressaltar que o Fluminense já estava pronto para receber há bastante tempo, quase um ano, mas tivemos muita dificuldade para que a Federação viesse aqui avaliar. Como não vieram, fizemos via CBF, e, finalmente, temos o certificado. Cumprimos todos os itens. É um orgulho muito grande. Estamos em conformidade com a legislação e nos protegemos quando a possíveis indenizações no futuro - disse o gerente.
Para receber o certificado, o Flu teve que cumprir uma série de itens, entre eles a presença de médicos, preparador físicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais e educacionais, além de um programa de alimentação.
CT Vale das Laranjeiras (Foto: Bruno Haddad/ Fluminense FC)
O Flu também precisou provar que tem vestiários com condições adequadas de segurança, ventilação, iluminação, higiene e salubridade, devidamente revestidos com azulejo e piso antiderrapante. Área seca com assentos, chuveiros de água quente e fria, sanitários individuais e bebedouro de água potável.
Se já tivesse o certificado antes, o Flu teria menos problemas, por exemplo, no caso do atacante Paulo Vitor, que largou as atividades em Xerém e foi para o Vasco. O caso gerou uma grande confusão entre os clubes. Marcelo Teixeira afirmou que a bolsa dada ao atleta estava em dia, contrariando a versão vascaína. O dirigente garantiu que o Tricolor vai correr atrás do que entende ser seu direito.
Paulo Vitor abandonou o Flu e passou a treinar no Vasco
(Foto: Bruno Haddad / Fluminense FC)
(Foto: Bruno Haddad / Fluminense FC)
- O atleta tinha contrato de bolsa formação em vigência, e estava em dia, temos como provar. Não poderia ter sido transferido pela Federação e pela CBF para o Vasco. Foi contra as próprias regras estabelecidas pelas duas entidades. Agora, vamos buscar nossos direitos junto à Ferj, CBF e Vasco.
O caso Paulo Vitor já teve uma consequência para o Vasco, que foi excluído de um torneio sub-15. A punição pode ser maior, e o clube corre risco de ficar até dois anos fora de competições de base.
- Existe um código de ética estabelecido entre os principais clubes do Brasil e que vem sendo cumprido. O Vasco não seguiu, preferiu outro caminho. Os outros clubes estão unidos e vão seguir um caminho oposto. A tendência é de que aconteça em outros campeonato o que aconteceu neste sub-15 - finalizou Marcelo Teixeira.
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