Demorei uns dias pra escrever este post no afã de não permiti que a euforia obnubilasse o mínimo de senso crítico que procuro manter no exercício dessa complexa atividade de torcedor blogueiro.
Tabu existe mesmo pra ser quebrado e domingo último quebramos dois: e de não ganhar clássicos há uns dois anos e o de não ganhar a Taça Guanabara há uns vinte, se não me engano.
E ganhamos com autoridade, jogando bem, deixando não só o Vasco de joelhos, mas também a flamenguistíssima crônica esportiva carioca, da CBN ao SporTV à ESPN Brasil, o que seja, que se derramaram em elogios ao tricolor das Laranjeiras. Cheguei mesmo a pensar em escolher o Fernando Calazans ou o Renato Maurício Prado para Meu Personagem da Semana. Felizmente o Sobrenatural de Almada me ligou lá de Lages, dizendo que tinha sonhado com o Nelson e o maior dos tricolores desencarnados sussurrara pra ele: 'Fala pro M.C. escolher o Abel'. Santo Nelson Rodrigues. Pensei que ele o Deco, mas, sábio com sempre, com horror às unanimidades, pensou no Abelão. Nosso grande, em todos os sentidos, treinador, tricolor de coração, que comera o pão que o diabo amassou nessas últimas semanas. O Celso Barros, da Unimed, já andava até de jantares com o, valham-me os deuses, Renato Gaúcho. Uns cornetas da diretoria, espero que não o presidente, andavam trombeteando que era preciso contratar um treinador que jamais tivesse passado pelas Laranjeiras. De certo sonhando com o Dorival Jr.
Estúpido amadorismo. Ano passado nos fizeram purgar um treinador interino, à espera do Abel. O Abelão chegou, pegou um time assustado, e o levou a disputar o título do Brasileirão até quase a última rodada, e, de quebra, nos garantiu vaga direta na Libertadores.
Vida longa nas Laranjeiras a Abel Braga, meu Personagem da Semana.
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Clássico carioca pra nós ...
... já virou tabu, pois nos últimos anos parece que desaprendemos a vencê-los. Cada semifinal de Taça Guanabara ou Taça Rio, é como se Flamengo, Vasco e Botafogo já pudessem pagar o bicho adiantado pros wagnerloves, diegosouzas e maicossuéis lá deles. Mas, como diz o pessoal da crônica esportiva, tabu existe pra ser quebrado.
Que venha o Botafogo amanhã, e o Vasco ou Flamengo domingo. Essa taça já é nossa. Ou não?, como diria o sempre claro, didático e reflexivo filósofo da MPB, Caetano Veloso.
Que venha o Botafogo amanhã, e o Vasco ou Flamengo domingo. Essa taça já é nossa. Ou não?, como diria o sempre claro, didático e reflexivo filósofo da MPB, Caetano Veloso.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
O melhor elenco do Brasil?
De repente estava em todos noticiários, escritos, falados e televisionados: o Fluminense tinha o melhor elenco do Brasil.
Como não concordava com a afirmação, por mais lisonjeira que nos fosse, tentei descobrir quando esse exagero tinha começado.
Posso estar errado, mas ele começou com a contratação do Thiago Neves. E aqui tem uma coisa que me intriga: por que o jornalismo esportivo carioca incensa tanto esse rapaz? Trata-se de um bom jogador, é verdade. Mas está longe de ser um craque. Pode ter sido craque nas Arábias, mas lá, até eu, umas quatro décadas atrás, teria sido.
Mas, caro Holmes, vamos aos fatos, começando do meio de campo avançado pra frente: Deco, Lanzini, Sóbis, Fred, Rafael Moura e Araújo. Isto era o que tínhamos no final do ano passado, já descontados o esforçado, mas limitado, Marquinho, que se fora por empréstimo para o Roma e o Martinuccio, que despachamos para a Espanha. Aí acrescentamos o Wagner, o Jean e resgatamos nossa cria de Xerem, Wellington Nem. Bons jogadores, mas sequer o habilidoso Nem leva pinta de craque. Aliás, até agora, craque, ou perto disso, só o Deco e o Fred.
Mas, reconheço que Jean, Wagner, Thiago Neves, Wellington Nem, Deco, Sóbis, Fred, Rafael Moura e Araújo não nos deixam com inveja de ninguém hoje no país, nem mesmo do superestimado Santos e seu decadente treinador.
O problema é que pra sabermos se temos mesmo o melhor elenco do Brasil, há que se olhar desses para trás: Cavalieri ou Berna, Bruno, Leandro Euzébio, Gum, Márcio Rosário, Anderson, Digão, Carlinhos, Thiago Carleto, Edinho, Diguinho, Valença, Souza. Estamos falando aí de dois goleiros apenas medianos, de laterais idem, de zagueiros de medianos para ruins e de volantes pé-duros. Pra piorar, porque o reserva do recém-chegado Bruno é o Wallace, garoto da base, que, pra fazer as coisas piores, está machucado, o Abel, depois de se convencer que o Souza não serve nem pra reserva de lateral, começou a deslocar o Jean pra lá, matando nossa esperança de ver um volante de razoável pra bom entrar no lugar do inexplicável Diguinho. Inexplicável porque não dá pra entender a longevidade dele no nosso meio de campo. A menos que ele seja namorado ou marido de alguma filha, ou mesmo filho, do Celso Barros.
Confio no Abel, acho que ele tem os pés no chão, e não vai cair nessa esparrela de melhor elenco do Brasil. Nós não temos o melhor elenco do Brasil, e pra ganharmos o Carioca, o Brasileiro e a Libertadores vamos ter que suar muito.
Como suamos ontem à noite, no 1 a 0 contra o 13o. colocado do último torneio Clausura (ou teria sido o Apertura; nunca sei a diferença) da Argentina.
Como não concordava com a afirmação, por mais lisonjeira que nos fosse, tentei descobrir quando esse exagero tinha começado.
Posso estar errado, mas ele começou com a contratação do Thiago Neves. E aqui tem uma coisa que me intriga: por que o jornalismo esportivo carioca incensa tanto esse rapaz? Trata-se de um bom jogador, é verdade. Mas está longe de ser um craque. Pode ter sido craque nas Arábias, mas lá, até eu, umas quatro décadas atrás, teria sido.
Mas, caro Holmes, vamos aos fatos, começando do meio de campo avançado pra frente: Deco, Lanzini, Sóbis, Fred, Rafael Moura e Araújo. Isto era o que tínhamos no final do ano passado, já descontados o esforçado, mas limitado, Marquinho, que se fora por empréstimo para o Roma e o Martinuccio, que despachamos para a Espanha. Aí acrescentamos o Wagner, o Jean e resgatamos nossa cria de Xerem, Wellington Nem. Bons jogadores, mas sequer o habilidoso Nem leva pinta de craque. Aliás, até agora, craque, ou perto disso, só o Deco e o Fred.
Mas, reconheço que Jean, Wagner, Thiago Neves, Wellington Nem, Deco, Sóbis, Fred, Rafael Moura e Araújo não nos deixam com inveja de ninguém hoje no país, nem mesmo do superestimado Santos e seu decadente treinador.
O problema é que pra sabermos se temos mesmo o melhor elenco do Brasil, há que se olhar desses para trás: Cavalieri ou Berna, Bruno, Leandro Euzébio, Gum, Márcio Rosário, Anderson, Digão, Carlinhos, Thiago Carleto, Edinho, Diguinho, Valença, Souza. Estamos falando aí de dois goleiros apenas medianos, de laterais idem, de zagueiros de medianos para ruins e de volantes pé-duros. Pra piorar, porque o reserva do recém-chegado Bruno é o Wallace, garoto da base, que, pra fazer as coisas piores, está machucado, o Abel, depois de se convencer que o Souza não serve nem pra reserva de lateral, começou a deslocar o Jean pra lá, matando nossa esperança de ver um volante de razoável pra bom entrar no lugar do inexplicável Diguinho. Inexplicável porque não dá pra entender a longevidade dele no nosso meio de campo. A menos que ele seja namorado ou marido de alguma filha, ou mesmo filho, do Celso Barros.
Confio no Abel, acho que ele tem os pés no chão, e não vai cair nessa esparrela de melhor elenco do Brasil. Nós não temos o melhor elenco do Brasil, e pra ganharmos o Carioca, o Brasileiro e a Libertadores vamos ter que suar muito.
Como suamos ontem à noite, no 1 a 0 contra o 13o. colocado do último torneio Clausura (ou teria sido o Apertura; nunca sei a diferença) da Argentina.
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