2 a 1; ganhamos do Voltaço. E estamos embalados na Taça Rio.
Menos mau, mas nada pra comemorar muito ainda. Basta dizer que, na minha modestíssima visão de cronista esportivo aposentado, o craque do jogo foi o Fabinho, quem sabe o nosso príncipe etíope do século XXI. Um verdadeiro maestro no meio do campo. Passava tudo por ele; explico, todas as jogadas passavam por ele, porque adversário não passa mesmo. Com o seu physique du role (será que é assim que se escreve) de leão de chácara de festa de criança, ele, como sabemos, não dá mole; ameaçou passar, vai pro chão sem piedade.
Thiago Neves fez gol de falta, pra variar; o Júnior Baiano, ex-junior do Flamengo, lembram?, empatou, de cabeça; e, no segundo tempo, o Conca, de pé direito, pegou bem o rebote de um chute, me pareceu, do Everton Santos. Esse rapaz, aliás, é a surpresa do momento. O Fred que se cuide!!! Não, assim também não. Os Leandros Amarais que se cuidem, pois o Everton pode estar cavando seu lugar no ataque ao lado do craque que acaba de chegar.
Parreira vai ter que trabalhar muito pra arrumar o time, mas ele é muito bom nisso. A propósito, o Parreira ganhou, em 99, durante aquela dramática epopéia do campeonato ganho na terceira divisão, a minha gratidão eterna, e estou feliz com ele nas Laranjeiras. Mas, o Renê não merecia a desfeita. Se alguém souber o e-mail dele, me mande, pois quero transmitir-lhe a minha solidariedade.
Mas, voltando ao Parreira. Já dá pra sacar um pouco o novo esquema de jogo, bem ao seu estilo. Muita posse de bola, toca pra lá, pra cá, sem tanta virada de jogo como gosta o Luxa.
Um volantão só (Fabinho? Jaiton?).
Um volantinho com vocação de meia - ah, que saudade do Arouca, e que vontade de ser o São Paulo e ter o Hernanes no meu time - (hoje jogou o Romeu, mas ele tem mais é perfil de volantão; dos que estão lá, nessa função escalo o Diguinho).
Conca e Thiago Neves como meia-atacantes, Fred (que entra no time no próximo jogo, me parece) e Everton Santos (???) na frente.
Pra mais adiante continuo a apostar no Marquinhos, pra fazer o meio com o Conca, depois que esgotar o prazo de validade do Thiago Neves.
Não sei o que fazer com o Mariano; quem souber, me ajude; o João Paulo, garoto, está melhor que o Leandro.
E o Fernando Henrique, se parar de se benzer depois das defesas difíceis que faz (já contei; são pelo menos cinco segundos perdidos pra nós, logo, cinco segundos ganhos pelo advesário), e se aprender a sair jogando com as mãos, continuará a dar para o gasto. Se não, que entre o Ricardo Berna.
É só por hoje.
Já falei demais.
De resto, nesses dias de silêncio, andei lá pela banda oriental, em Montevidéu.
Entre as andanças, tangos e parrilladas, aproveitei pra conhecer o Nacional, o velho estádio, de onde, um dia, quase 60 anos atrás, Obdúlio e Ghigia, partiram, rumo ao Rio de Janeiro, onde, diante de Maracanã lotado por 200 mil brasileiros, destroçaram nossas esperanças de um primeiro campeonato do mundo, e onde fizeram de Bigode o mais trágico dos heróis tricolores.